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Oracle tomba mais de 10% com alerta sobre gastos bilionários em IA

Receita da companhia no trimestre fiscal ficou abaixo do esperado e dívida pode dobrar em dois anos

Oracle: dívida de US$ 300 bi até 2028 (Cheng Xin/Getty Images)

Oracle: dívida de US$ 300 bi até 2028 (Cheng Xin/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 18h20.

As ações da Oracle desabaram 10,83% nesta quinta-feira, 11, após a fabricante de softwares divulgar resultados trimestrais que superaram amplamente as expectativas, mas vieram acompanhados de projeções fracas e de um aumento significativo nos gastos com infraestrutura para inteligência artificial, combinação que acendeu o sinal de alerta entre investidores.

A empresa reportou lucro ajustado de US$ 2,26 por ação, muito acima do consenso de US$ 1,64 e superior aos US$ 1,47 de um ano atrás. O salto foi impulsionado principalmente pela venda da participação da Oracle na fabricante de chips Ampere para a SoftBank por US$ 2,7 bilhões, o que adicionou US$ 0,91 ao lucro por ação.

A receita do trimestre ficou em US$ 16,06 bilhões, abaixo das projeções de US$ 16,19 bilhões, mas ainda assim 14% maior na comparação anual.

Apreensão

O principal ponto de apreensão para os investidores é o elevado risco associado à expansão da Oracle[/grifar]. A empresa tem se endividado para financiar a construção de infraestrutura para IA. Recentemente, a Oracle vendeu US$ 18 bilhões em títulos e agora possui uma dívida total superior a US$ 100 bilhões. De acordo com as projeções, sua dívida ajustada pode mais que dobrar até 2028, ultrapassando os US$ 300 bilhões, o que aumenta a incerteza sobre a sustentabilidade financeira da companhia a longo prazo.

Embora a Oracle tenha contratos significativos no setor de IA, como o acordo de US$ 300 bilhões com a OpenAI, a preocupação é que esses contratos envolvem pagamentos a longo prazo, o que pode retardar os retornos financeiros esperados. Essa incerteza contribuiu para uma queda de mais de 11% nas ações da Oracle após o fechamento do mercado, e a empresa perdeu mais de 30% de seu valor de mercado desde setembro.

Para Gil Luria, analista da D.A. Davidson ouvida pela agência Barron's, o aumento do peso da nuvem no mix “continua pressionando a rentabilidade estrutural”. Ele reduziu o preço-alvo da ação de US$ 200 para US$ 180 e manteve recomendação neutra.

O J.P. Morgan também cortou o preço-alvo, de US$ 270 para US$ 230, destacando que o avanço da Oracle Cloud Infrastructure exige investimentos tão robustos que já resultaram em perda de US$ 13 bilhões em fluxo de caixa livre nos últimos 12 meses.

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