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Oracle nega atraso em projetos de data centers para a OpenAI

Companhia desmentiu informação veiculada pela Bloomberg e que levou à queda das ações

Oracle: contratos confirmados e serão expandidos (Justin Sullivan/Getty Images)

Oracle: contratos confirmados e serão expandidos (Justin Sullivan/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 16h50.

A Oracle desmentiu nesta sexta-feira, 12, uma reportagem da Bloomberg que afirmava que a empresa estava atrasando a construção de data centers relacionados à OpenAI, dona do ChatGPT, após preocupações de investidores sobre a expansão de sua infraestrutura de inteligência artificial (IA) financiada por dívidas, segundo informações da Reuters.

Segundo a Bloomberg, os atrasos teriam postergado a conclusão de projetos de 2027 para 2028, motivados por escassez de mão de obra e materiais.

Após a divulgação da notícia, as ações da Oracle chegaram a cair 6,5%. Por volta das 16h35, os papéis recuavam 4,45%, a US$ 190, enquanto Nvidia e AMD recuaram 2,45% e 4,58%, respectivamente. O Nasdaq, índice de tecnologia, registrava queda de 1,59%.

Em comunicado à Reuters, o porta-voz da Oracle, Michael Egbert, afirmou que não houve atrasos nos projetos necessários para cumprir os compromissos contratuais e que todos os marcos permanecem dentro do cronograma.

Egbert reforçou que a empresa segue totalmente alinhada com a OpenAI e confiante na capacidade de cumprir tanto os contratos vigentes quanto os planos de expansão futura.

Semana de perdas

Na quarta-feira, 10, a Oracle anunciou que suas receitas trimestrais totalizaram US$ 16,1 bilhões, um aumento de 14% em relação ao ano anterior. A receita do setor de nuvem cresceu 34%, mas o desempenho de sua infraestrutura de nuvem, voltada para empresas de inteligência artificial (IA), ficou abaixo das expectativas dos analistas, com US$ 4,1 bilhões.

A empresa também reportou um lucro operacional ajustado de US$ 6,7 bilhões, com aumento de 10%. No entanto, o aumento substancial das despesas de capital causou preocupação entre investidores. Durante o trimestre, a Oracle investiu cerca de US$ 12 bilhões, quase US$ 3,7 bilhões a mais do que o esperado. A previsão de gastos para o ano fiscal também foi elevada, com um aumento de US$ 15 bilhões em relação às estimativas anteriores.

O principal ponto de apreensão para os investidores é o elevado risco associado à expansão da Oracle. A empresa tem se endividado para financiar a construção de infraestrutura para IA. Recentemente, a Oracle vendeu US$ 18 bilhões em títulos e agora possui uma dívida total superior a US$ 100 bilhões. De acordo com as projeções, sua dívida ajustada pode mais que dobrar até 2028, ultrapassando os US$ 300 bilhões, o que aumenta a incerteza sobre a sustentabilidade financeira da companhia a longo prazo.

Embora a Oracle tenha contratos significativos no setor de IA, como o acordo com a OpenAI, a preocupação é que esses contratos envolvem pagamentos a longo prazo, o que pode retardar os retornos financeiros esperados. Essa incerteza contribuiu para uma queda de mais de 11% nas ações da Oracle após o fechamento do mercado, e a empresa perdeu mais de 30% de seu valor de mercado desde setembro.

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