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O que esperar dos resultados dos bancos? É hora da reação?

Santander abre temporada de balanços do setor nesta quarta-feira, 28; Itaú, Banco do Brasil e Bradesco divulgam resultado na próxima semana

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 27 de abril de 2021 às 09h44.

Última atualização em 27 de abril de 2021 às 09h59.

Os principais bancos do país começam, nesta semana, a divulgar seus balanços do primeiro trimestre sob a perspectiva de melhoras significativas em relação ao mesmo período de 2020. O primeiro do setor será o Santander (SANB11), que irá divulgar seu resultado nesta quinta-feira, 28. Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) irão apresentar na próxima semana. 

No mercado, o otimismo deriva da expectativa de redução das provisões feitas no último ano, quando o setor se preparou para a pandemia elevando as reservas contra calotes. Isso porque embora a chegada da pandemia tenha aumentado os temores sobre a inadimplência, o cenário que se desenhou foi muito melhor que o esperado.

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Ainda que tenha subido entre março e abril de 2020, de acordo com dados do Banco Central, a taxa de inadimplência da carteira de crédito dos bancos privados passou a cair a partir de maio, chegando à mínima histórica em dezembro, de 2,26%. E se manteve abaixo de 2,35% até fevereiro, data dos últimos dados disponíveis. 

Para analistas do Goldman Sachs, o lucro dos bancos brasileiros deve crescer, em média, 34% em relação ao primeiro trimestre de 2020. “As provisões devem diminuir significativamente em comparação com o 1º trimestre de 2020, uma vez que os bancos constituíram reservas relevantes em antecipação à deterioração da qualidade dos ativos”, afirmam em relatório. 

Para o Santander, porém, as expectativas estão mais moderadas. Isso porque o banco foi mais agressivo no primeiro trimestre do ano passado, reservando valores menores que seus concorrentes.

“O provisionamento do Santander foi mais para o segundo trimestre. Ele não seguiu a mesma estratégia feita pelos outros três. Por isso, se comparar o balanço ano a ano, a variação do lucro líquido do Santander deve ser muito menor”, comenta Leo Monteiro, analista da Ativa.

Vitor Melo, analista da Exame Invest Pro, também ressalta os trabalhos de redução de gastos feitos pelos bancos durante a pandemia, com destaque para o Bradesco. No ano, o banco reduziu suas despesas em 3,2 bilhões de reais. O valor representa quase a metade de seu lucro recorrente do quarto trimestre, de 6,8 bilhões de reais.

Ações

Mas apesar de todo otimismo, as ações dos quatro grandes bancos acumulam perdas contra o Ibovespa. No ano, o principal índice da B3 tem alta de 1,27%, enquanto Banco do Brasil (BBAS3), Santander (SANB11), Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) têm respectivas quedas de 22,42%, 14,28%, 8,54% e 4,19%.

O movimento é bem diferente do observado no mercado americano, onde as ações dos grandes bancos ganham do benchmark no período. Por lá, o S&P 500 subiu cerca 13% desde o início do ano, enquanto o JPMorgan, 29% e o Morgan Stanley e o Goldman Sachs, 19%.

Melo, porém, acredita que os bancos brasileiros estejam bem precificados, considerando o “cenário muito desafiador para o setor”. “Há uma compressão de margem financeira e maior competitividade. E falando do Banco do Brasil, ainda tem o risco de intervenção política.”

“O mercado está olhando para muito além dos balanços. O setor vive um período de juros baixos e queda de spreads. Também tem a chegada do open banking. Não se sabe como o sistema financeiro vai estar daqui a alguns anos. A única certeza é que vai ser muito diferente”, diz Monteiro. 

Segundo Melo, somente “algo muito surpreendente” nos balanços pode “destravar” as ações dos grandes bancos. “Mas não acho que é o que vai acontecer. Apesar dos bancos estarem voltando ao normal, o setor como um todo é desafiador. Acho que essa melhora [esperada dos balanços] já está precificada”.

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