No radar: guerra comercial, vacina da Moderna e o que mais move o mercado
Volta de rumores sobre disputa comercial entre China e Estados Unidos aumenta cautela dos investidores e freia rali de fim de ano
Guilherme Guilherme
Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 07h01.
Última atualização em 18 de dezembro de 2020 às 07h57.
Guerra comercial
As bolsas internacionais oscilam entre perdas e ganhos na manhã desta sexta-feira, 18, com a volta de ruídos sobre a disputa comercial entre China e Estados Unidos limitando o otimismo com vacinas e novos estímulos. Em reportagem desta sexta, a Reuters divulgou que a o Departamento de Comércio dos Estados Unidos deve incluir 80 companhias e suas afiliadas na chamada lista negra, o que dificultaria negócios com investidores e empresas americanas.
O governo chinês respondeu que esse tipo de atitude só evidencia a opressão americana sobre a China e prometeu tomar “medidas necessárias” para proteger seus direitos. “Instamos os Estados Unidos a cessarem seu comportamento equivocado de opressão injustificada a empresas estrangeiras”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China. Citada como uma das companhias ameaçadas, a fabricante chinesa de semicondutores SMIC despencou 5,20% na bolsa de Hong Kong.
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Moderna
Nos Estados Unidos, a vacina da Moderna contra o coronavírus deve ser disponibilizada em breve. Ap rovada por unanimidade por painel de especialistas da agência reguladora de medicamentos (FDA, na sigla em inglês), a vacina pode receber a o sinal verde para uso emergencial ainda nesta sexta. A vacina da Moderna deve ser a segunda a ser aprovada nos Estados Unidos, que iniciou a vacinação em massa nesta semana com a vacina da Pfizer.
Em entrevista à CNBC, o secretário da Saúde, Alex Azar, afirmou que 5,9 milhões de doses da vacina da Moderna já estão prontas para serem distribuídas. Na véspera, os papéis da companhia, que é uma das menores na busca pela vacina, dispararam mais 5% e já acumulam alta de 636,20% no ano.
Estímulos
Na frente de estímulos, republicanos e democratas seguem as conversas sobre um pacote de 900 bilhões de dólares, que devem se estender pelo fim de semana. No entanto, detalhes envolvendo a atuação futura do Federal Reserve (Fed) surgem como obstáculo nas negociações. Segundo o Financial Times, na tarde de quinta-feira, 17, um senador republicano tentou inserir uma cláusula que impediria o Fed de renovar linhas de crédito emergenciais que irão expirar no fim do ano.
Medida semelhante já havia sido cogitada semanas atrás e foi amplamente rechaçada pelo partido Democrata, que vê a medida como uma forma de enfraquecer o governo Biden. “Isso minaria a confiança em nossa capacidade de responder a choques econômicos e abriria um precedente preocupante que erodiria a independência de nosso banco central”, disse ao jornal o senador democrata Mark Warner.
Maior sequência positiva desde 2017
Próximo de seu recorde histórico, o Ibovespa voltou aos 118.000 pontos na última sessão e, a menos que caia mais de 2,7% nesta sexta, caminha sua sétima alta semanal consecutiva. Iniciada quando o índice ainda estava em 93.000 pontos, o rali impulsionado por notícias sobre vacinas e pela eleição do democrata Joe Biden rendeu retornos de 26% nessas sete semanas. A sequência positiva é a mais longa desde o rali que durou de julho a setembro de 2017.