Por aqui o mercado pode repercutir hoje a demissão conjunta dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, informada pelo Ministério da Defesa na tarde de ontem (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 31 de março de 2021 às 07h06.
Última atualização em 31 de março de 2021 às 09h33.
Quadro geral do dia às 7h:
Bolsas globais operam sem direção definida nesta quarta-feira, 31 de março, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.
Os principais índices futuros americanos operam mistos, buscando recuperação em relação às perdas da véspera mas ainda repercutindo a alta no rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro americano – usado como termômetro para medir a inflação.
Ontem, a taxa dos treasuries ultrapassou a marca de 1,77% pela primeira vez desde janeiro de 2020. Nesta manhã, o rendimento continua em alta, mas perde força e ronda os 1,73%.
A taxa sobe à medida que os investidores aguardam atualizações sobre o plano de infraestrutura de Biden, que pode custar mais de 2 trilhões de dólares. Detalhes do estímulo devem ser divulgados nesta quarta-feira, 31.
O temor do mercado é de que a aceleração da inflação – impulsionada por estímulos, vacinas e recuperação da economia – obrigue o Federal Reserve (Fed, banco central americano) a alterar sua política monetária antes do esperado, subindo a taxa de juros. A medida pode encarecer empréstimos e ocasionar uma migração de investidores da bolsa para o mercado de títulos.
Na Europa, as bolsas operam sem direção definida após a divulgação dos dados de inflação da zona do euro, que saltou de 0,9% em fevereiro para 1,3% em março, segundo estimativa do Eurostat, organização estatística do bloco, divulgada nesta quarta-feira.
Já na Ásia as ações encerraram em queda, em dia de divulgação de dados mostrando a recuperação da atividade da China em março. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de manufatura ficou em 51,9 em comparação com a leitura de fevereiro de 50,6. Vale lembrar que uma pontuação acima de 50 indica recuperação da atividade.
Confira abaixo as principais notícias desta quarta-feira:
Por aqui o mercado pode repercutir hoje a demissão conjunta dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, informada pelo Ministério da Defesa na tarde de ontem. Na terça-feira, a notícia não fez preço no mercado e a bolsa subiu 1,24%.
"O mercado não reagiu porque é um assunto que não implica em grandes mudanças de curto prazo. Não dá para dizer que Bolsonaro perdeu sua influência sobre as Forças Armadas e, mesmo que tenha perdido, militar não tem voto no Congresso", avaliou André Perfeito, economista-chefe da Necton.
"O mercado está mais interessado em saber se as reformas vão ser aprovadas ou não e aparentemente o governo se aproximou do centrão", complementou Perfeito.
As demissões foram divulgadas logo após a reforma ministerial, quando o presidente Jair Bolsonaro trocou os titulares de seis pastas do governo. As mudanças foram avaliadas como positivas porque aproximam o poder executivo do comando do Congresso, podendo facilitar o andamento da agenda de reformas.
Investidores também ficam atentos ao avanço da pandemia, que continua a bater recordes. Nesta terça-feira, 30, o Brasil voltou a registrar a pior marca da crise com 3.780 mortes em um único dia. É o segundo recorde em menos de uma semana. De acordo com o Ministério da Saúde, o país tem 317.646 óbitos e 12.658.109 casos confirmados da doença.
Divulgam seus resultados do 4º trimestre nesta quarta-feira as companhias:
A Cogna (COGN3), maior grupo educacional do Brasil, apresentaria seu balanço na última sexta-feira, mas adiou a divulgação para hoje. Entenda o que analistas esperam para os resultados da companhia.
As ações do banco MUFG (Mitsubishi UFJ Financial Group), quinto maior grupo financeiro do mundo, caíram 3,87% nesta quarta-feira depois que o braço de corretagem da empresa sinalizou perdas potenciais de cerca de 300 milhões de dólares devido a um evento em sua subsidiária europeia em relação a um cliente norte-americano não identificado.
A informação vem na sequência do recente colapso do fundo de hedge Archegos Capital. Os bancos Credit Suisse e Nomura, dois dos maiores envolvidos no caso, anunciaram na segunda-feira que enfrentam perdas que podem ser "altamente significativas" com o episódio.
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