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No radar: discurso de Powell, IPO da Blau e o que move os mercados

Bolsas internacionais sobem na expectativa de continuidade da política monetária nos EUA; Blau Farmacêutica precifica oferta

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 8 de abril de 2021 às 07h17.

Última atualização em 8 de abril de 2021 às 07h40.

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As principais bolsas internacionais sobem nesta quinta-feira, 8, com investidores dispostos a estender os ganhos registrados no pregão de ontem. O índice americano S&P500 renovou seu recorde de pontuação máxima pela segunda vez na semana nos últimos minutos de negociação da véspera, com investidores interpretando a última ata do Federal Reserve ( Fed, banco central americano).

O documento reforçou a postura do Fed em manter a política econômica de juros baixos e recompra de títulos “por algum tempo” enquanto a economia e o mercado de trabalho americano se recuperam.

Investidores devem ficar atentos a novos sinais do Fed por meio de discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, que participa hoje, às 13h, de um painel sobre a economia global em evento do Fundo Monetário Internacional ( FMI ).

As bolsas asiáticas acompanharam o otimismo da véspera nos Estados Unidos, e os mercados europeus também operam em alta após sinalização do Fed. Por lá, as atenções se voltam ainda para o anúncio de reguladores da região sobre a vacina desenvolvida em parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, que deve ser recomendada apesar da descoberta de novos e raros efeitos colaterais.

No mercado brasileiro, o Ibovespa registrou alta tímida de 0,11% no pregão de terça, após uma sessão de volatilidade seguindo o exterior, somada a preocupações domésticas. Hoje, investidores devem continuar atentos às discussões sobre o Orçamento de 2021 e ao avanço da pandemia.

O Brasil registrou 3.829 mortes por Covid-19 e 92.625 novos casos confirmados na quarta-feira, segundo dados do Ministério da Saúde.

Veja abaixo os principais destaques desta quinta-feira:

Precificação do IPO da Blau Farmacêutica

A Blau Farmacêutica realiza nesta quarta a precificação de suas ações hoje após adiar o calendário da oferta em um dia. A operação pode levantar 2,135 bilhões de reais considerando a oferta-base e o meio da faixa indicativa de preço, entre 44,60 reais e 50,60 reais.

Agenda macro EUA

Nesta quinta, o mercado também aguarda a divulgação, às 9h30, do número semanal de americanos ingressando com pedidos de seguro desemprego pela primeira vez. A expectativa, segundo a Bloomberg, é de um contingente de 680 mil pedidos na semana encerrada em 3 de abril contra 719 mil pedidos na semana anterior.

Infra Week continua

Dando continuidade à “Infra Week”, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realiza hoje o leilão da subconcessão do trecho da Ferrovia de Integração Oeste–Leste na B3, às 14h. O evento, que deve garantir 3,3 bilhões de reais em investimentos, faz parte da agenda de leilões de concessão promovida pelo Ministério da Infraestrutura nesta semana.

Ontem, o leilão de aeroportos arrecadou 3,3 bilhões de reais com a venda de três blocos. A CCR levou o maior deles, o Bloco Sul, com oferta de 2,128 bilhões de reais, e também ficou com o Bloco Central, por 754 milhões de reais. O Bloco Norte foi angariado pelo grupo francês Vinci Airports, por 420 milhões de reais. Apesar da operação, as ações da CCR (CCRO3) encerraram a terça-feira em baixa de 1,82%.

Dasa afunda 50% com re-IPO

As ações da Diagnósticos da América (DASA3) afundaram 50,01% na bolsa ontem após a companhia levantar 3,3 bilhões de reais em oferta de ações subsequente (follow-on) precificada a 58 reais por papel.

O preço ficou abaixo da faixa indicativa estimada para o follow on entre 64,90 e 84,50 reais por ação e também representa um forte desconto em relação à cotação de fechamento do papel antes da oferta, de 144,01 reais. A operação era considerada um re-IPO dada a baixa liquidez das ações.

Após o recuo das ações, os papéis da Dasa encerraram o dia negociados a 71,99 reais.

Nova interferência na Petrobras?

Investidores ficam atentos às ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que recuaram ontem de uma alta acima de 1,5% após o presidente Jair Bolsonaro dizer que o aumento do preço do gás é "inadmissível".

Em evento em Foz do Iguaçu, Bolsonaro disse que não vai interferir na Petrobras, mas que pode "mudar essa política de preços". O presidente defendeu que é preciso ter previsibilidade na estatal.

Como resultado, as ações ordinárias da petroleira fecharam em alta de 0,46%, as preferenciais registraram queda de 0,08%.

 

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