Na expectativa dos resultados do 4T23, BRF (BRFS3) dispara no Ibovespa e puxa alta de frigoríficos
A BRF vai inaugurar hoje a temporada de balanços do 4T23 dos frigoríficos
Repórter de Invest
Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 12h47.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2024 às 16h21.
As ações dos frigoríficos são o destaque do Ibovespa desta segunda-feira, 26. A maior alta do pregão é da BRF (BRFS3). Depois do fechamento, a companhia irá reportar os seus resultados do quarto trimestre do ano passado e, diante da expectativa dos investidores, os papéis BRFS3 lideram os ganhos da sessão e puxam consigo seus pares do setor.
Por volta das 12h40, as quatro maiores altas do Ibovespa eram de frigoríficos. Confira as cotações abaixo:
- BRF (BRFS3): +4,92%
- JBS (JBSS3): +4,71%
- Marfrig (MRFG3): +4,22%
- Minerva (BEEF3): +4,11%
‘Vento favorável’ para a BRF no 4T23
A BRF vai inaugurar a temporada de balanços do 4T23 dos frigoríficos nesta segunda-feira. E nas projeções do mercado, a companhia deve apresentar resultados melhores — e, possivelmente, o primeiro lucro desde o primeiro trimestre de 2022. O consenso é de que o frigorífico reporte uma receita líquida de R$ 14,7 bilhões, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,7 bilhão e lucro líquido de R$ 339,5 milhões.
Em relatório, a Genial Investimentos diz que espera ver uma recuperação sequencial de margens, em virtude de preços melhores de in natura, com a normalização do cenário de sobreoferta global do frango, e de custos menores. “A queda na cotação dos grãos deve seguir sendo um vento favorável relevante para a companhia ao longo dos próximos trimestres. Seguimos monitorando o plano de desalavancagem da companhia”, dizem.
Junto a isso, para os analistas da casa, o Brasil deverá ser o destaque positivo do trimestre, enquanto a vertente internacional deve ser negativa — e entregar um desempenho aquém do local. A Genial espera que no 4T23 a BRF reporte uma receita total de R$ 14,5 bilhões (-1,6% anual), junto a um Ebitda de R$ 1,6 bilhões (+48,6% a/a), e uma expansão de 3,7p.p. na margem Ebtida frente a um ano atrás, “a qual deve alcançar 11,0%. Projetamos ainda um lucro de R$ 271 milhões.”
Enquanto isso, o Investing.com pontua que o controle da BRF passou a ser exercido pela rival Marfrig recentemente, que desde dezembro detém mais de 50% do capital da companhia. “A perspectiva de uma nova governança influenciou positivamente o preço das ações em 2023, com uma alta acumulada de 66,79%.”
Considerando as projeções de analistas de mercado, o Investing espera que a BRF reporte um crescimento de 5,7% na receita trimestral em comparação com o 3T23. “A expectativa é de que o faturamento tenha subido de R$ 13,806 bilhões para R$ 14,598 bilhões.”
Pilgrim's reverte prejuízo no 4T23 e impulsiona JBS
Embora no Brasil o frigorífico a dar o pontapé inicial na temporada de balanços seja a BRF, nos Estados Unidos a processadora norte-americana de frangos Pilgrim's Pride, controlada pela JBS (JBSS3), divulgou na manhã de hoje os seus resultados.
A companhia reportou um lucro líquido de US$ 134,2 milhões, ou US$ 0,57 por ação, no período. No mesmo trimestre de 2022, houve um prejuízo de US$ 155 milhões, ou US$ 0,66 por ação. Além disso, a receita líquida avançou 9,7%, para US$ 4,53 bilhões, acima das expectativas do mercado — que apontavam para uma receita de US$ 4,48 bilhões e lucro ajustado de US$ 0,43 por ação.
Victor Miranda, sócio da One Investimentos, destaca que os números da Pilgrim's Pride impactam positivamente as perspectivas dos resultados que a JBS vai reportar. “Além disso, traz boas expectativas para o setor aqui, no Brasil, e colabora positivamente para o Ibovespa, que opera em alta.”