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Na China, investidores de títulos da Evergrande podem amargar perdas

Tensão vem dos problemas decorrentes do plano de reestruturação anunciado na sexta-feira, dia 30

The logo of China Evergrande Group seen on the Evergrande Center in Shanghai, China September 22, 2021. REUTERS/Aly Song (Aly Song/Reuters)

The logo of China Evergrande Group seen on the Evergrande Center in Shanghai, China September 22, 2021. REUTERS/Aly Song (Aly Song/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de agosto de 2022 às 14h03.

Última atualização em 2 de agosto de 2022 às 14h11.

Os credores da Evergrande, a segunda maior empresa imobiliária da China, ainda não se deram conta dos problemas decorrentes do plano de reestruturação anunciado na sexta-feira, dia 30.

O que parece certo é que os investidores terão de aceitar pesadas perdas nos papéis que adquiriram. A Evergrande informou que pretende ter uma proposta mais clara de sua reestruturação até o final do ano, embora hajam poucos detalhes divulgados até o momento.

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A única informação útil divulgada é que as participações da holding nos serviços imobiliários e unidades de veículos elétricos serão usadas para lastrear dívidas. Isso não surpreende, uma vez que esses ativos estão entre aqueles que os investidores offshore da Evergrande têm os direitos mais claros.

As duas empresas listadas separadamente em Hong Kong tinham um valor de mercado somado de cerca de US$ 7,5 bilhões, antes da negociação de suas ações serem suspensas em março. Esses ativos, porém, valem muito menos agora, à medida que mais negócios ruins da Evergrande foram divulgados.

Os credores sequestraram cerca de US$ 2 bilhões em dinheiro na unidade de serviços imobiliários. Isto porque havia a promessa de garantir empréstimos de terceiros, que acabaram sendo transferidos e desviados de volta para a Evergrande. O diretor-executivo e o diretor financeiro da companhia foram convidados a renunciar há duas semanas em função desse acordo até então desconhecido.

No último domingo, 31, a Evergrande revelou outro grande problema: a promessa de que sua participação de 14,6% no Shengjing Bank, um pequeno credor regional chinês, como parte de uma garantia de dívida para uma entidade não identificada, que por sua vez garantiu os empréstimos de algumas subsidiárias da Evergrande.

Um juiz independente afirmou no mês passado que a entidade em questão tem uma reivindicação prioritária de até US$ 1,1 bilhão em receitas com a venda da participação.

Os títulos denominados em dólar da Evergrande ainda estão sendo negociados a uma porcentagem de um dígito de seu valor nominal, indicando pouca esperança de que seus detentores recuperem grande parte de seu dinheiro.

(Estadão Conteúdo)

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