Uma foto de retrato de Elon Musk fotografada em Cracóvia, Polônia, em 22 de janeiro de 2024, e o logotipo da Tesla são exibidos para foto ilustrativa em Cracóvia, Polônia, em 25 de outubro de 2024. (Foto de Beata Zawrzel/NurPhoto via Getty Images) (Beata Zawrzel/Getty Images)
Redatora na Exame
Publicado em 27 de março de 2025 às 11h13.
O banco britânico HSBC reduziu sua projeção para as ações da Tesla e sinalizou que os problemas da montadora de veículos elétricos vão além das recentes controvérsias da marca. Em relatório divulgado nesta quinta-feira, 27, o analista Michael Tyndall cortou o preço-alvo do papel em US$ 35, para US$ 130 — o que representa uma queda de 52,2% em relação ao preço de fechamento de quarta-feira.
Segundo o analista, que mantém recomendação de venda para os papéis, não há soluções rápidas para os desafios enfrentados pela companhia liderada por Elon Musk. Para ele, os problemas que enfraquecem a empresa foram criados bem antes das recentes polêmicas envolvendo a marca e seu fundador.
Tyndall aponta que a linha de produtos da Tesla está desatualizada e defasada na tecnologia de assistência à direção, especialmente quando comparada com as concorrentes do mercado chinês. A BYD, por exemplo, lançou um sistema que permite carregar os carros elétricos em 5 minutos e disponibilizou o seu assistente de direção até mesmo nos carros mais baratos da sua linha.
Na Europa, a Tesla também enfrenta dificuldades com os compradores de frotas, que representam 60% do mercado de carros novos.
A Tesla evita muitas das práticas tradicionais da indústria, como manter os preços de tabela fixos e renovar os modelos, o que, até agora, teve impacto limitado no negócio. "A concorrência mais acirrada e a erosão da marca tendem a agravar os impactos dessa abordagem", afirmou Tyndall.
Além disso, o analista avaliou que a aposta da Tesla no projeto de Robotaxi ainda está distante de se concretizar. Ele citou um relatório divulgado neste mês que indica o progresso lento nas tecnologias de condução autônoma da companhia. “Atrasos têm sido uma constante na Tesla, enquanto as ameaças competitivas seguem em expansão”, afirmou.
O mercado segue dividido em relação à Tesla. Dos 54 analistas que acompanham o papel, segundo dados da LSEG, 26 recomendam compra, 16 têm classificação neutra e 12 recomendam venda ou desempenho abaixo da média.
Apesar da alta de 9,3% acumulada pelas ações nesta semana, os papéis registram queda de mais de 32% em 2025.