Criptomoedas vão acabar sendo reguladas, diz André Esteves
O presidente do Conselho do BTG Pactual (BPAC11) falou sobre criptomoedas na Conferência Global da Milken Institute.
Carlo Cauti
Publicado em 2 de maio de 2022 às 15h37.
Última atualização em 2 de maio de 2022 às 15h49.
Para o presidente do Conselho de Administração do BTG Pactual (BPAC11), André Esteves, as criptomoedas vão acabar sendo reguladas.
Falando durante a 25ª Conferência Global da Milken Institute, Esteves declarou que as criptomoedas, e especialmente a tecnologia por trás dela, a blockchain, vão mudar o jeito em que as pessoas se relacionam economicamente.
Esteves participou de um painel junto com Jane Fraser, CEO do banco americano Citi, David Hunt, presidente e CEO da PGIM, Rishi Kapoor, co-CEO da Investcorp, e Scott Minerard, CIO da Guggenheim Partners.
"Vejo com muito interesse esse universo das criptomoedas, das moedas digitais criadas por Bancos Centrais", salientou o presidente do Conselho do BTG Pactual.
Entretanto, segundo ele, "o mundo não vai deixar de lado a regulamentação construída até hoje".
"Construímos uma série de regras contra lavagem de dinheiro, transações ilegais e outras atividades ilícitas que impedem, e que deixam muito difíceis essas transações", explicou Esteves, "por isso, não consigo ver como vamos deixar isso de lado".
Por isso, para o presidente do Conselho do BTG Pactual (BPAC11), no final, as regras financeiras vão se aplicar também aos criptoativos.
Juros baixos por tempo demais
Esteves explicou que uma das razões do sucesso dos Bitcoin foi o longo período de juros zero, que mudou a política monetária do mundo inteiro.
"Vivemos por um período de 15 anos de juros negativos. Algo insano. Em poucos períodos da história da humanidade tivemos juros tão baixos assim", explicou Esteves.
Para Esteves, isso acabou influenciando também o valor dos criptoativos.
"Com essas condições de juros zero, os sonhos ficaram mais baratos", ironizou.
Entretanto, o presidente do Conselho do BTG Pactual explicou que "a consequência dessa incrível expansão monetária, junto com a expansão fiscal também incrível, acabará influenciando também esses ativos, pois o custo de capital vai acabar ficando maior. E, com isso, os sonhos ficarão mais caros também".