Mahle: empresa alemã comprou brasileira Metal Leve. (Mahle Metal leve/Divulgação)
Repórter de Lifestyle
Publicado em 11 de agosto de 2023 às 17h48.
Última atualização em 31 de agosto de 2023 às 16h52.
Na edição de estreia do Melhores e Maiores, em 1974, o Brasil viva o início de uma era pós-milagre econômico. Ao fim do período, marcado por um crescimento acelerado do produto interno bruto (PIB), com uma taxa média de 11,1% ao ano, o país se viu confrontado pela crise do petróleo, fator global que balançou a economia interna altamente dependente de importações.
Ainda sob o efeito do 'milagre', e em um dos setores mais proeminentes da época -- o automobilístico --, a Mahle Metal Leve foi a primeira campeã do anuário. A reportagem da EXAME trazia uma foto de José Mindlin, histórico empresário e fundador da então chamada Metal Leve.
Desde então, a companhia foi escolhida a melhor do ano em duas ocasiões, além de ter sido a melhor empresa de bens de capital em outras nove oportunidades, o suficiente para ser a campeã histórica de sua categoria nestes 50 anos de Melhores e Maiores da EXAME.
Nos anos 70, o desafio era enfrentar um panorama desafiador para o setor industrial, com inflação crescente, e ao mesmo tempo em que o país passava por uma transição econômica. A história mostra que a empresa conseguiu passar pelos anos seguintes com êxito, apostando na sua maior expertise -- produção de autopeças -- em um setor incentivado pelo governo.
"Ao longo do tempo fomos flexíveis e capazes de ajustar as estratégias de acordo com as flutuações econômicas", detalha Sergio Pancini de Sá, CEO da Mahle Metal Leve.
A alemã Mahle tinha apenas uma fábrica de pistões no Brasil até 1996, quando comprou a Metal Leve. A estratégia da aquisição foi fundamental para garantir longevidade da companhia. No Brasil, 60% dos veículos produzidos localmente são equipados com sistemas de filtração da marca. No mundo, um em cada dois veículos está equipado com componentes Mahle. A gigante tem mais de 71.000 funcionários em 160 locais de produção e 12 grandes centros de pesquisa e desenvolvimento em mais de 30 países.
Inovação, investimento e resiliência foram palavras que fizeram parte da empresa ao longo desse anos. Na transição energética, investiu em motores a combustão para o etanol, menos poluente e uma aposta brasileira. Nos últimos anos, junto com a matriz na Alemanha, coloca recursos e esforços no desenvolvimento em motores elétricos, não só para carros como para outros modais. Um dos mais recentes produtos lançados foi um sistema completo para e-bikes.
Sergio Pancini de Sá explica que a inovação está no grupo de pilares estratégicos da empresa ao lado de sustentabilidade, foco no cliente, colaboração estratégica e desenvolvimento de talentos. "A capacidade de integrar inovações tecnológicas de maneira sustentável impulsiona a empresa e ainda garante sua viabilidade a longo prazo", diz.
Para o futuro, a Mahle Metal Leve tem o desafio de continuar inovando em um mundo em que Inteligência Artificial veio para ficar e onde as questões ambientais de emissão zero estão cada vez mais urgentes. Nesse contexto, aposta no compartilhamento de informações e trabalho em equipe. "Trabalhamos com parceiros da indústria, organizações não governamentais, universidades e outros stakeholders para compartilhar conhecimento e melhores práticas no desenvolvimento de produtos sustentáveis", afirma Pancini.