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JPMorgan recomenda cortar ações, comprar ouro e segurar dinheiro

Impasse com teto da dívida e risco de recessão são alguns dos motivos apontados pela casa para recomendar reforço de caixa

Wall Street: recomendação do JPMorgan é se desfazer de ações (fotog/Getty Images)

Wall Street: recomendação do JPMorgan é se desfazer de ações (fotog/Getty Images)

Bloomberg
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Agência de notícias

Publicado em 23 de maio de 2023 às 16h36.

Negociações do teto da dívida dos Estados Unidos no limbo, riscos elevados de recessão e um banco central americano hawkish são apenas alguns dos motivos que levam Marko Kolanovic, do JPMorgan, a aconselhar aos clientes que se desfaçam de ações e segurem o caixa.

A equipe de estrategistas liderada por Kolanovic reduziu sua alocação em ações e títulos corporativos, ao mesmo tempo em que aumentou sua posição de caixa em 2%.

No portfólio de commodities, o banco trocou energia por ouro, diante da demanda por ativos de refúgio e proteção contra o impasse da dívida.

“As esperanças de uma resolução rápida para o teto da dívida dos EUA têm sido um impulso para a confiança do mercado”, disse Kolanovic em nota aos clientes. Mas, “apesar da recuperação da semana passada, os ativos de risco não conseguem sair das faixas de preço do ano, e os de renda fixa e commodities são negociados no limite inferior das faixas do ano.”

O portfólio modelo do banco teve perda no mês passado, a terceira em quatro meses, disse.

Os investidores aguardavam respostas de Washington sobre o que o governo fará para evitar um default catastrófico. O presidente Joe Biden e o presidente republicano da Câmara, Kevin McCarthy, tiveram o que ambos descreveram como “discussão produtiva” na noite de segunda-feira, mas não chegaram a um acordo.

Mudança de visão

Kolanovic foi um dos maiores otimistas de Wall Street durante grande parte da queda do mercado em 2022, mas desde então mudou sua visão diante de uma perspectiva econômica pior este ano, e cortou a alocação em ações do modelo do banco em meados de dezembro, janeiro, março, e agora de novo em maio.

De forma mais ampla, Kolanovic e sua equipe disseram que as ações parecem desconectadas dos mercados de títulos e dos dados econômicos mais fracos, além dos riscos do teto da dívida.

“A divergência persiste entre os mercados de juros que esperam que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) corte este ano, os mercados de ações que interpretam esses possíveis cortes como positivos para o risco e a retórica mais hawkish do Fed”, disse ele. “É provável que essa lacuna seja fechada às custas das ações”.

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