Hospital da Rede D'Or (Germano Lüders/Exame)
Repórter
Publicado em 16 de abril de 2024 às 16h28.
Última atualização em 16 de abril de 2024 às 16h45.
Os analistas do Itaú BBA avaliam que o cenário está propício para um processo de consolidação no setor de saúde, dada a fragilidade financeira de alguns hospitais. A Rede D'Or, na opinião do banco, é quem deverá liderar as aquisições. "É a consolidadora óbvia", afirmaram
Alguns fatores tornaram o ambiente propício para uma nova rodada de M&As ainda neste ano, segundo os analistas. Entre eles, o maior uso de planos de saúde, encarecimento de tecnologias para tratamentos, envelhecimento da população e mudanças regulatórias.
"Esse cenário poderia desencadear discussões para uma solução mais sustentável a longo prazo. Contudo, dado o conflito de interesses e a urgência de inverter a atual pressão sobre as margens e os retornos, é muito mais provável que vejamos mais soluções a curto prazo, como aumento de preços e redução da rede de cobertura", afirma o Itaú em relatório.
Esse cenário, apontam os analistas, abre espaço para oportunidades para aquisições. "Vemos a Rede D’Or como uma consolidadora natural, com um histórico de aquisições bem-sucedidas em todo o Brasil e um balanço saudável." A companhia tem R$ 34 bilhões entre caixa e reservas técnicas e pouco menos de R$ 15 bilhões de dívida a ser paga até 2028.
Para o Itaú, a primeira fase desse processo tende a fragmentada, focado em hospitais independentes, mais fragilizados financeiramente. Em um segundo momento, o Itaú vê espaço para aquisições de impacto.
O banco elenca a Dasa e a Américas Serviços Médicos, da Amil, como potenciais alvos da Rede D'Or. Nesses casos, as aquisições poderiam ser parciais, focadas em unidades hospitalares, ou totais.
O Itaú BBA tem R$ 30 como preço-alvo para as ações da Rede D'Or, o que significa um potencial de alta de 25% em relação à cotação atual. Mas qualquer aquisição ou fusão significativa poderia engatilhar melhorias nas projeções para o papel. "Isso aumentaria a confiança de investidores em relação ao crescimento para os próximos anos."
O risco de uma grande aquisição, segundo o Itaú, seria a leitura do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). O banco pontua que, a depender da aquisição, poderia haver concentração em algumas praças, aumentando a complexidade da operação.