Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)
Bloomberg
Publicado em 5 de junho de 2022 às 10h46.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação do Brasil, será divulgado na quinta-feira, 9, com estimativa de desaceleração, e deve ser decisivo para apostas no Copom da semana seguinte. No cenário corporativo, a Eletrobras precifica a oferta de ações para a privatização, que gera potencial de entrada de fluxo. No exterior, juros serão influenciados pela inflação nos Estados Unidos e decisão do Banco Central Europeu (EUA), em meio ao receios sobre a economia global. O presidente dos EUA, Joe Biden, e Jair Bolsonaro têm 1º encontro bilateral. Veja os detalhes:
O IPCA será o último indicador oficial de inflação antes da decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), em 15 de junho. Índice tem estimativa de desaceleração importante, de 1,06% para 0,6% em maio, mas com dado em 12 meses ainda elevado, perto de 12%. Entre os fatores que contribuem para o alívio está a queda dos preços de energia, com a introdução da bandeira verde. O mercado ainda monitora o IGP-DI (quarta-feira), que tem estimativa de aceleração no comparativo mensal, na contramão do IPCA, e as vendas no varejo (sexta-feira). Às vésperas do Copom, o Banco Central segue sem divulgar a pesquisa Focus. Os funcionários do BC, que decidiram manter a greve no final de maio, voltam a se reunir para avaliar o movimento no dia 7.
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Após o payroll -- principal indicador do mercado de trabalho americano -- ter saído levemente acima do previsto, o que pressionou os yields na sexta-feira, os mercados aguardam o dado de inflação ao consumidor dos EUA, que sai no dia 10. A estimativa aponta para forte aceleração do dado de maio, de 0,3% para 0,7%, com índice em 12 meses inalterado, em 8,3%. Assim como no Brasil, o mercado entrará na contagem regressiva para a reunião do BC americano, também no dia 15.
Na zona do euro, PIB será divulgado um dia antes da reunião do Banco Central Europeu, seguida por fala da presidente Christine Lagarde. Depois do dado de inflação recorde, a expectativa é que o BCE anuncie o fim da compra de ativos e sinalize o início da alta de juros para julho. A China deve divulgar dados de inflação e balança comercial.
Além disso, o presidente dos EUA, Joe Biden, terá seu primeiro encontro bilateral com Jair Bolsonaro no “Summit of the Americas”, que será realizado em Los Angeles entre os dias 6 e 10.
O conselho da Eletrobras (ELET3/ELET6) define na quinta-feira, 9, o preço das ações na oferta que deve tirar o governo do controle da companhia e movimentar cerca de R$ 35 bilhões. A operação, que pode ser a segunda maior oferta no Brasil desde a capitalização da Petrobras, tem potencial de representar um vetor de apreciação do real no curtíssimo prazo. Mas, antes da oferta, no dia 6, os debenturistas de Furnas, unidade da Eletrobras, se reúnem para discutir a capitalização da Santo Antônio Energia. A hidrelétrica precisa do capital para fazer frente a uma condenação arbitral e os demais sócios de Furnas não devem acompanhar a operação.
O mercado segue à espera da definição da assembleia para confirmar a nomeação de Caio Paes de Andrade como novo presidente da Petrobras (PETR3/PETR4). O planalto estuda alternativa para tirar José Mauro Coelho da presidência da estatal que não precise incluir uma assembleia de acionistas, diz o Estado, sem informar como obteve a informação. O governo está negociando para que um dos seis conselheiros indicados pela União renuncie, assim poderia indicar Andrade como um novo membro interino do conselho. A estatal foi qualificada no Programa de Parcerias de Investimentos, primeiro passo para a privatização, que ainda deve ter um caminho longo.
O projeto que limita o ICMS deve ser votado na próxima semana no Senado. De acordo com o relator do projeto, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), fundo de equalização e uso de dividendos da Petrobras para compensação não serão discutidos. Também no rol de medidas para tentar minimizar o impacto da inflação, o governo avalia a aprovação de uma PEC para liberar recursos para subsidiar os preços dos combustíveis, segundo a Folha. A ideia surgiu como alternativa ao decreto de calamidade pública, que enfrenta resistência de técnicos da área econômica, embora não tenha sido totalmente descartado. A proposta perdeu força durante reunião de Jair Bolsonaro com ministros nesta quinta-feira, segundo os jornais.