Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 19 de maio de 2022 às 10h32.
Última atualização em 19 de maio de 2022 às 17h05.
Ibovespa hoje: o principal índice da bolsa brasileira sobe nesta quinta-feira, 19, embalado pela alta das ações de commodities e pelos ganhos da Eletrobras, que avança após a privatização da Eletrobras ser aprovada pelo TCU.
O movimento descola da maior cautela do mercado internacional após S&P 500 registrar sua maior queda desde 2020. O índice americano opera próximo da estabilidade nesta tarde, enquanto o Nasdaq apresenta leve recuperação. O Dow Jones, mais ligado à "velha economia" tem o pior desempenho de Nova York.
Parte do pessimismo deriva de sinalizações sobre impactos da inflação nos resultados em varejistas americanas, como Target e Walmart, que sofreram pressões de custos no primeiro trimestre.
Mas no Brasil a privatização da Eletrobras é o principal assunto. As ações da companhia saltam cerca de 3% nesta sessão, com investidores reagindo à aprovação do processo de desestatização. Na semana, os papéis acumulam alta de mais de 6%.
"Apesar da turbulência externa, o evento da Eletrobras é muito relevante. A aprovação da privatização em ano eleitoral é ainda mais relevante. É uma indicação muito positiva para o mercado todo em termos de sentimento", afirmou Bruno Lima, head de Equity Research do BTG Pactual em morning call desta quinta.
É a Vale, porém, que dá o tom positivo ao Ibovespa em termos de pontuação. A mineradora, que tem a maior participação do índice, supera 2% de alta. Ações de siderúrgicas e da própria CSN Mineração figuram entre as maiores altas do dia.
"O Brasil está relativamente melhor que os Estados Unidos por estar com ativos muito mais baratos. Faz muito sentido ficar short em S&P 500 e comprado em Ibovespa, dado que o Brasil está mais avançado no ciclo de alta de juros e pode começar a cortar no ano que vem. As ações estão muito baratas e devemos ter algum crescimento neste ano e aceleração no ano que vem", disse Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master em mensagem a clientes.
O tom positivo também se reflete no câmbio, com o dólar estendendo as perdas da véspera e voltando a se consolidar abaixo de R$ 5.