Foto: Victor Moriyama/Bloomberg (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 09h12.
Última atualização em 17 de dezembro de 2021 às 18h56.
A última sexta-feira do ano com pregão no mercado brasileiro registrou baixa para o Ibovespa, que acompanhou o mercado externo onde a tendência foi negativa após uma semana de decisões de aperto monetário pelos Bancos Centrais dos países desenvolvidos. Na semana, o índice acumulou queda de 0,64%.
No fechamento:
Com a maior parte das ações do Ibovespa fechando o dia em campo negativo, os papéis da BRF foram o grande destaque de alta durante a maior parte pregão. Na noite de ontem, a empresa de alimentos informou ao mercado que pretende realizar uma oferta subsequente de ações (follow-on).
A operação pretende captar mais de 6 bilhões de reais, que serão utilizados prioritariamente para redução da alavancagem. A decisão pelo reforço de capital atende aos anseios dos investidores, que esperavam desde 2018 um alívio para o alto endividamento da empresa.
Além disso, analistas apontam que a oferta abre uma oportunidade para que a Marfrig continue a aumentar sua posição na concorrente. A empresa de Marcos Molina adquiriu 31,66% do capital da BRF este ano e é atualmente a maior acionista da companhia.
No caso da Marfrig, os papéis também avançaram impulsionadas pelo anúncio de dividendos. A companhia informou ao mercado na noite de ontem que seu conselho de administração aprovou o pagamento de 830,1 milhões de reais em dividendos intermediários, baseados no lucro do terceiro trimestre de 2021, que foi de 1,67 bilhão de reais. O valor do dividendo será de 1,25 reais por ação.
Outros destaques de alta foram:
Na ponta negativa do Ibovespa, as principais quedas são Yduqs, Getnet e Inter.
Nos Estados Unidos, os principais índices operam em queda após o Federal Reserve (Fed), banco central americano, informar na quarta-feira que irá encerrar em março o chamado tapering, como é chamado o processo de redução da injeção de estímulos via compra de títulos. A medida abre espaço para uma elevação na taxa básica de juros americana, estacionada no intervalo entre 0% e 0,25% desde o início da pandemia.
No dia seguinte, o Banco Central da Inglaterra (BoE) decidiu subir a taxa básica de juros em 0,15 ponto percentual, de 0,10% para 0,25%, enquanto o Banco Central Europeu manteve a taxa estável, mas acenando para mudanças já em março. O último a comunicar sua decisão foi o Banco do Japão (BoJ), que manteve a taxa de juros a curto prazo em - 0,1%, mas informou que a partir de abril reduzirá as compras de papéis comerciais e títulos corporativos.
As decisões retiram liquidez do mercado internacional, levando os investidores a buscarem opções menos arriscadas de investimentos. Nesse cenário, saem prejudicadas as bolsas do mundo todo, em especial a de países emergentes.