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Ibovespa não resiste à pressão negativa de Wall Street e fecha em queda

Bolsas globais recuam em semana de decisão do Fed; Hapvida e NotreDame Intermédica sobem mais de 3%

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
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Beatriz Quesada

Publicado em 13 de dezembro de 2021 às 09h17.

Última atualização em 13 de dezembro de 2021 às 18h17.

Após subir mais de 1,5% na máxima do dia, o Ibovespa fechou esta segunda-feira, 13, em queda de 0,35%, a 107.383 pontos. O principal índice da B3 perdeu a força que vinha do movimento positivo das ações ligadas ao minério de ferro, em especial da Vale (VALE3), e passou a acompanhar as bolsas dos Estados Unidos. Lá fora, os principais índices americanos encerraram o dia em queda, atentos à última decisão de política monetária do ano nos Estados Unidos.

O Fomc, comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed), divulga sua decisão na próxima quarta-feira, e a expectativa é de aceleração da redução da política de recompra de estímulos ( tapering ) e sinalização de aumento das taxas de juros para o próximo ano.

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“No exterior, se projeta que o Fed pode dobrar o tapering, deixando de comprar 30 bilhões de dólares em títulos (antes eram 15 bilhões de dólares) e terminando o processo por volta de março, quando poderia iniciar a elevação dos juros básicos”, avalia Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais.

A alta dos juros prejudica, principalmente, as ações de alto crescimento como os papéis de tecnologia. Não à toa, o Nasdaq, índice de tecnologia de Wall Street, apresentou a maior queda entre os principais indicadores americanos, recuando 1,39%.

Por aqui, saiu nesta manhã o primeiro boletim Focus desde que o mercado tomou conhecimento do tom mais duro do Banco Central na comunicação sobre a condução da política monetária e desde que o IPCA de novembro surpreendeu analistas ao vir abaixo do esperado.

Após 35 altas consecutivas, as expectativas de mercado divulgadas hoje no Focus mostram queda no IPCA, de 10,18% para 10,05% em 2021 e manutenção em 5,02% no próximo ano. Já a previsão para a Selic, a taxa básica de juro, subiu de 11,25% para 11,50% em 2022.

Destaques de ações

A Vale, que é a empresa de maior participação no índice, impediu que o Ibovespa tivesse perdas ainda maiores. As ações da mineradora subiram quase de 3% acompanhando a disparada do minério de ferro, assim como as siderúrgicas Usiminas e CSN. Outra ação a se beneficiar no dia foi a da Bradespar (BRAP4), holding do Bradesco que tem grande participação na Vale.

Os papéis reagem à disparada dos preços da commodity no mercado internacional em meio a expectativas de que a China aumentará os estímulos no ano que vem para impulsionar a economia. O minério de ferro subiu 5,71% no porto de Qingdao, chegando a 114,20 a tonelada.

As maiores altas, no entanto, ficaram com Hapvida e NotreDame Intermédica, cuja combinação de negócios deve ser analisada pelo Cade ainda nesta semana.

Na ponta negativa, a Cogna ficou entre as maiores perdas do dia após a separação societária da área de custos de medicina não agradar o mercado. A empresa realiza nesta segunda um encontro com analistas e investidores e anunciou a criação da KrotonMed, uma nova divisão que reúne os ativos das sete faculdades de medicina que estavam sob o guarda-chuva da Kroton (a sua empresa de ensino superior), com o objetivo de destravar valor para o grupo.

O dia também foi negativo para as ações de alto crescimento, que dependem de taxas de juros mais baixas. Seguindo o movimento do exterior, Banco Pan, Méliuz e Magazine Luiza voltaram a ficar entre as maiores perdas.

Entre as quedas, também estiveram as ações do setor aéreo e de turismo, que recuam com a notícia de que o Reino Unido registrou a primeira morte causada pela Ômicron, nova variante do coronavírus.

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