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Ibovespa acompanha rali de NY e fecha em alta pelo 4º pregão seguido

Bolsas globais ganham fôlego com preocupação menor com variante Ômicron; Nasdaq dispara 3%

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 7 de dezembro de 2021 às 09h34.

Última atualização em 7 de dezembro de 2021 às 19h48.

O "rali de tudo" parece estar de volta. Em meio a um ambiente de valorização de ativos mundo afora, o Ibovespa fechou em alta de 0,65% nesta terça-feira, dia 7, aos 107.557,67 pontos. Foi o quarto pregão consecutivo de ganhos, sequência na qual o índice de referência da bolsa brasileira acumulou valorização de 6,73%. 

Com a diminuição dos temores com a variante Ômicron do coronavírus, em razão de novas informações divulgadas dos casos, os mercados globais tiveram valorização e influenciaram o desempenho da B3 desde o início do dia. O movimento de apetite a risco também impactou o câmbio: o dólar comercial caiu 1,26%, para 5,618 reais.

No exterior, os índices americanos operaram em forte alta, com destaque para o índice de tecnologia Nasdaq, que subiu 3,03%. Os papéis de techs haviam sido os mais prejudicados nos últimos pregões com a expectativa ainda vigente de redução de estímulos nos Estados Unidos, e hoje aproveitam para se recuperar em dia de alívio global. 

O índice S&P 500 avançou 2,07%, enquanto o Dow Jones subiu 1,40%.

O tom positivo também veio da China. A divulgação de dados da balança comercial de novembro mostrou que as importações subiram 32% na base anual, em boa parte puxadas pela alta na compra de commodities para repor estoques em níveis mais baixos.

A notícia favorece o mercado de minério de ferro e, consequentemente, as ações da Vale (VALE3), empresa com maior participação no Ibovespa. A commodity disparou 8,28% nesta terça e impulsionou os papéis da mineradora para uma alta de 0,63%. No acumulado deste início de mês, as ações da Vale sobem cerca de 9%.

O dia foi marcado também por fortes ganhos para o petróleo, que não deve mais sofrer impacto na demanda diante da diminuição dos temores com a variante Ômicron. O petróleo Brent, referência para os papéis da Petrobras, avança perto de 3%, enquanto o petróleo WTI, cujo contrato é mais negociado nos Estados Unidos, subiu também nessa ordem. 

Seguindo o estímulo externo, as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) subiram 2,77 e 1,63%, respectivamente. A alta, no entanto, poderia ser maior se não houvesse incertezas vindas de Brasília. Nesta terça-feira, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou o projeto de lei que muda a política de preços da Petrobras para venda de gasolina, diesel e gás de cozinha, com o objetivo de reduzir a volatilidade dos preços.

A mudança preocupa investidores porque pode afetar o resultado da estatal. Atualmente a empresa adota a política de paridade de importação (PPI), pela qual os preços variam de acordo com a cotação internacional do petróleo e os custos de importadores.

Destaques de ações

A exemplo do que acontece nos Estados Unidos, a bolsa brasileira experimentou um dia de recuperação para os papéis de tecnologia. Méliuz (CASH3) voltou à lista dos maiores ganhos, com alta de 13,58% após cair 11% na véspera. Na sequência, os papéis do Inter (BIDI11/BIDI4) avançaram 13,36% e 12,14%, respectivamente.

Na ponta negativa, incorporadoras voltaram a se destacar diante de um novo aumento na Selic. As ações da MRV (MRVE3) caíram 3,08%, e as Eztec (EZTC3), 4,35%. Outro setor que tende a ser prejudicado com a alta dos juros é o de shoppings centers: a Multiplan (MULT3) recuou 2,81%. Do mesmo setor, a BR Malls (BRML3) caiu 1,98%.

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