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Ibovespa hoje: bolsa dispara 5,5% após eleições e tem maior alta desde 2020

Desempenho da direita, acima do esperado, gera expectativa de maior responsabilidade fiscal e alimenta rali de ativos brasileiros

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de outubro de 2022 às 10h45.

Última atualização em 3 de outubro de 2022 às 18h15.

O Ibovespa disparou nesta segunda-feira, 3, com investidores reagindo positivamente aos resultados do primeiro turno da eleição divulgados na véspera. Na bolsa, a alta do Ibovespa é a maior desde abril de 2020.

Os números do fim de semana mostraram maior força dos candidatos de direita do que o previsto por pesquisas de intenção de voto. Tal formação, principalmente no Congresso, soou para o mercado como um sinal de maior responsabilidade fiscal.

 Os impactos também foram sentidos no preço do dólar, que caiu mais de 4% frente ao real. A moeda brasileira, por sinal, foi a que mais se valorizou entre as emergentes. 

  • Dólar: - 4,09%, R$ 5,174

“Houve divergência entre o que as pesquisas apontavam e o que se concretizou na urna. O desempenho de aliados do Bolsonaro nas disputas por Senado e Câmara foi bem forte, o que trouxe um ânimo para o mercado", afirmou Jerson Zanlorenzi, head da mesa de ações e derivativos do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), em morning call desta segunda.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, ainda vê a vitória de Lula como a mais provável para o segundo turno, mas destaca que a onda bolsonarista no congresso pode trazer alguns aspectos “fiscalmente positivos". 

"A força bolsonarista no congresso deverá conter o ímpeto expansionista do eventual executivo de esquerda, sendo vista como positiva dada a complexa situação fiscal corrente", afirmou em nota.

Outro destaque das eleições foi a menor diferença entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve o maior número de votos, mas não evitou o segundo turno

Estatais em disparada

A possibilidade de um governo mais pragmático por parte da esquerda – ou até mesmo de uma virada da direita – impulsionou as ações das estatais. 

As ações da Petrobras (PETR3/PETR4), com o segundo maior peso no Ibovespa, saltaram mais de 7% nesta segunda, impulsionando a alta do índice. 

Já as ações do Banco do Brasil (BBAS3) foram as que mais sobem entre os grandes bancos, com ganhos superiores a 6%.

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Apesar da forte valorização de Banco do Brasil e Petrobras, é outra estatal que lidera os ganhos do Ibovespa: a Sabesp (SBSP3). Os papéis da companhia de saneamento paulista subiram quase 17% nesta sessão, tendo no radar a surpresa na eleição pelo governo do estado de São Paulo. 

Ao contrário do apontado pelas pesquisas, o candidato de Bolsonaro no Estado, Tarcísio de Freitas (PL), foi o mais votado no domingo, 2, e irá para o segundo turno em vantagem contra Fernando Haddad (PT).

"Esperamos uma reação positiva nas ações da Sabesp, dado que Freitas é considerado favorável ao mercado e pró-privatização e ele veio com resultados melhores do que o esperado", avaliaram analistas do Credit Suisse em nota.

Na ponta negativa, as empresas de educação Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) foram as únicas ações do Ibovespa que operam em baixa. Os papéis haviam saltado nos últimos dias com sinalizações de Lula em prol do Fies e Prouni, e ficaram entre as maiores altas de ações de setembro.

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