Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 (Germano Lüders/Exame)
Redação Exame
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 10h33.
Última atualização em 9 de dezembro de 2025 às 11h04.
O Ibovespa abriu em forte queda as negociações nesta terça-feira, 9, com 68 dos 82 papéis que compõem o principal índice da B3 em baixa. Por volta das 10h15, a referência acionária caía 1,07% aos 156.496 pontos. No mesmo horário, o dólar subia 0,80%, vendido a R$ 5,464.
O mercado segue atento aos desdobramentos da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência. O senador e primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por quem foi indicado à corrida eleitoral, afirmou hoje de manhã, em Brasília, que sua candidatura ao Palácio do Planalto é "irreversível" e que não existe a possibildade de "voltar atrás".
"O meu preço é o Bolsonaro livre, e nas urnas. Ou seja, não tem preço. Essa é a conclusão. Vamos explicar, porque parece que eu estou me colocando à venda, e não é isso", afirmou o senador à imprensa reunida na sede da Polícia Federal, em Brasília, após fazer uma visita ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Antes do anúncio, na sexta, 5, o mercado financeiro esperava um apoio público de Bolsonaro ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para consolidar uma coalizão da direita em oposição ao atual governo do presidente Lula (PT).
A confirmação da pré-candidatura de Flávio acabou pegando os operadores de surpresa e frustou o setor, levando a queda de mais de 4% na bolsa na sessão de sexta.
Ontem, porém, o Ibovespa fez uma leve correção com o mercado apontando o anúncio como uma estratégia da família para recolocar o bolsonarismo no jogo político e pressionar pela anistia de Bolsonaro, após o próprio Flávio declarar que teria o "preço" para disistir da corrida pela Presidência, indicando que uma das cobranças era a anistia ao pai.
A nova declaração, reforçando sua posição na disputa hoje, pode estar novamente pressionando os ativos e por isso a queda da bolsa brasileira e a alta do dólar.
Os agentes financeiros também acompanham uma agenda carregada de indicadores nacionais. Entre os dados locais, ganham destaque o IPC da Fipe, o IGP-M 1ª prévia, a Pesquisa Industrial Mensal Regional do IBGE e os indicadores industriais da CNI, que ajudam a medir o ritmo da atividade econômica e a pressão dos preços no início de dezembro.
Em paralelo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil inicia reunião de dois dias, em paralelo ao Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA). No Brasil, a expectativa predominante é de manutenção da taxa básica em 15% ao ano, o que indicaria continuidade do aperto financeiro.
Nos Estados Unidos, as apostas majoritárias apontam para um corte de 0,25 ponto percentual, decisão que pode mexer com fluxos globais, câmbio e apetite por risco.
A agenda americana também inclui a divulgação do relatório Jolts referente a outubro. O indicador, que mede o número de vagas abertas, é acompanhado de perto pelo Fed para monitorar a pressão do mercado de trabalho sobre a inflação. O consenso prevê 7,2 milhões de vagas, dado que deve ajudar a calibrar as expectativas para os próximos passos da política monetária nos EUA.