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Bolsa salta 1,6% após Haddad sinalizar nova âncora fiscal para março

Alívio na tensão do governo com Banco Central também impulsiona ações; Nubank sobe com balanço

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 15 de fevereiro de 2023 às 10h46.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2023 às 18h29.

Em um dia de alívio nas tensões, o Ibovespa fechou esta quarta-feira, 15, em forte alta, de 1,6%. 

A pontuação máxima do dia foi alcançada após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar que a apresentação de uma nova âncora fiscal será antecipada para março. As declarações foram feitas em sua participação em painel no CEO Conference, evento do BTG Pactual (do mesmo controlador da EXAME).

Para uma plateia de investidores, disse que a regra fiscal deve ser possível de ser cumprida para que gere credibilidade. "Eu sou a favor de metas exigentes, senão você não trabalha. Mas tem que o ser humano conseguir fazer aquilo", disse.

As falas de Haddad ajudaram a derrubar os juros futuros de longo prazo e, consequentemente, impulsionam a bolsa, com investidores precificando uma melhora do cenário fiscal. 

"Haddad aponta que o déficit será menor e isso reforça a perspectiva de juros mais baixos. Os DIs recuam hoje na esteira da fala do ministro. O governo aponta caminhos e o mercado consegue ver a direção", avaliou, em nota, o economista André Perfeito.

O ministério da Fazenda também reforçou que tem trabalhado em consonância com o Banco Central, afastando ruídos sobre supostos atritos com o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. 

"Todos os dias Fazenda e Banco Central conversam. Não tem um ‘não conversar’, porque há decisões a serem tomadas em conjunto. A comunicação nunca deixou e nunca deixará de exisitir", afirmou o ministro.

“O alinhamento da Fazenda com o BC também fez com que a tensão do mercado se desfizesse na curva de juros longa. Isso ajudou as ações a se recuperar”, afirmou Rodrigo Moliterno, diretor de renda variável da Veedha Investimentos.

Nubank, Tim e Totvs nos destaques corporativos

Além das falas do Haddad, investidores também repercutiram os últimos resultados da temporada de balanços. Fora do Ibovespa, o  principal destaque são os BDRs do Nubank (NUBR33), que chegaram a disparar mais de 7% na máxima em reação ao resultado do quarto trimestre divulgado pelo banco na última noite. 

O Nubank registrou lucro líquido de US$ 58 milhões no período, 643% acima do registrado no quarto trimestre de 2021. O trimestre foi o segundo consecutivo de lucro para o roxinho e, segundo o CEO, David Vélez, é a prova de que o modelo de banco digital do Nubank é rentável.

Dentro do Ibovespa, são as ações da Tim (TIMS3) que figuram entre as grandes altas. O papel chegou a subir 4% na máxima, após a empresa ter revisado para cima suas projeções operacionais para o triênio de 2023 a 2025. Como efeito da compra dos ativos da Oi Móvel, a Tim agora espera entregar crescimento de "duplo dígito" na geração de caixa do período. A receita de serviço, disse a empresa, deve crescer "dígito alto" no curto prazo e "dígito médio" no longo prazo.

Na ponta negativa, as ações da Totvs (TOTS3) ficaram entre as maiores perdas após resultados do quarto trimestre. A companhia teve lucro de R$ 156,3 milhões alta de 24% na base anual – em linha com as estimativas.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

Maiores altas

Maiores baixas

  • Magazine Luiza (MGLU3): - 4,19%
  • Totvs (TOTS3): - 4,16%
  • Braskem (BRKM5): - 0,68%

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