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Ibovespa fecha estável em dia de eleição nos EUA e dólar cai

Pesquisas e projeções mais recentes mostram um empate técnico entre Kamala Harris e Donald Trump; resultado deve sair nos próximos dias

Ibovespa: dia promete ser de cautela devido às eleições dos EUA e Copom (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: dia promete ser de cautela devido às eleições dos EUA e Copom (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 5 de novembro de 2024 às 10h47.

Última atualização em 5 de novembro de 2024 às 18h29.

O Ibovespa fechou perto da estabilidade nesta terça-feira, 5, marcada peças eleições nos Estados Unidos, onde há grande incerteza sobre quem levará a cadeira presidencial à Casa Branca: Kamala Harris ou Donald Trump. No mercado local, o Itaú foi o principal responsável por manter o índice no azul, com investidores repercutindo o forte resultado do terceiro trimestre do banco, divulgado na última noite.

Soma-se ao clima de atenção, a questão fiscal no Brasil, além da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). "Está tudo meio no zero a zero para saber o que vem de proposta sobre os corte de gastos pelo governo brasileiro e o qual vai ser o resultado nos EUA", Bruno Benassi, analista de ativos da Monte Bravo.

  • Ibovespa hoje: + 0,01% aos 130.525 pontos
  • Dólar comercial: -0,63% aos R$ 5,746

Eleições EUA

Nos Estados Unidos, praticamente todas as pesquisas e projeções mais recentes mostram um empate técnico entre os candidatos. Como peças-chaves que podem ditar o rumo das eleições estão swing states, onde os resultados ainda são indefinidos e podem ditar quem ocupará a cadeira na Casa Branca.

Nos últimos dias, a EXAME divulgou pesquisas exclusivas, feitas pelo instituto Ideia, sobre a disputa nos estados-chave.

Entretanto, é quase certeza que o novo presidente (ou presidenta) não será conhecido hoje, devido a demora do sistema de contagem de votos por lá.

Copom

Por aqui, começou hoje a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O mercado aguarda que o Banco Central (BC) opte por acelerar o ritmo de ajuste para 0,50 pontos percentuais (p.p.), de 0,25 p.p. na reunião anterior, levando a taxa Selic para 11,25% a.a.

Para o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), uma combinação de fatores como a atividade econômica resiliente, o mercado de trabalho robusto, a inflação de 12 meses acima do limite superior, as expectativas de inflação desancoradas e um ambiente externo adverso devem levar o BC a tomar essa decisão.

Corte de gastos

Outro foco dos investidores é o - ainda - risco fiscal. O mercado se preocupa com a demora do governo em anunciar um pacote de corte de gastos. Ontem, o cancelamento da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), à Europa colaborou para o dia mais “bem-humorado”, com a bolsa recuperando os 130 mil pontos e o dólar recuando 1,48% para R$ 5,783.

O político desmarcou sua ida a pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a piora do sentimento do mercado em relação ao risco fiscal do Brasil.

Durante a tarde, Haddad e os ministros Esther Dweck (Gestão), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho) e Camilo Santana (Educação) participaram de uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Lula, que durou pouco mais de três horas.

Rondava no mercado a informação que o pacote poderia ser anunciado ontem mesmo. Entretanto, a reunião terminou sem anúncios. O Ministério da Fazenda informou, em nota, que “o quadro fiscal do país foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão”. A pasta, entretanto, não detalhou medidas ou quando o pacote de corte de gastos será apresentado.

Segundo a Fazenda, outros ministérios serão chamados pela Casa Civil nesta terça-feira, 5, para que também possam opinar e contribuir com o debate sobre a necessidade de um ajuste fiscal para cortar despesas. As incertezas em relação ao fiscal do Brasil podem gerar volatilidade na sessão de hoje.

Como é calculado o índice Bovespa?

O Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na composição do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 mil pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 mil.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

Até o dia 1º de novembro (sexta-feira), o horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, e o after market entre 17h30 e 18h. As negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 18h25.

 a partir do dia 4 de novembro (segunda-feira), o fechamento da bolsa ocorrerá uma hora mais tarde. As negociações serão das 10h às 18h, seguindo o horário de verão dos Estados Unidos, com o after market operando das 18h25 às 18h45. O horário da pré-abertura e do início seguem iguais.

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