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Ibovespa tem dia de alívio e fecha em alta; dólar cai a R$ 5,56

No radar, reunião entre presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros da equipe econômica para debater o cenário fiscal e econômico

Ibovespa: bolsa fecha em alta de olho em reunião de Lula (Gustavo Scatena/Divulgação)

Ibovespa: bolsa fecha em alta de olho em reunião de Lula (Gustavo Scatena/Divulgação)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 3 de julho de 2024 às 10h55.

Última atualização em 3 de julho de 2024 às 18h18.

O Ibovespa teve um dia de alívio e subiu no pregão desta quarta-feira, 3, encerrando o dia em alta de 0,7% aos 125.661 pontos. A recuperação dos ganhos na bolsa se deu, em parte, pela divulgação de indicadores nos Estados Unidos, que mostraram um mercado de trabalho menos aquecido. No cenário local, o alívio veio da reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros de sua equipe econômica para debater o cenário fiscal e econômico.

Ibovespa hoje

  • IBOV: +0,7% a 125.661 pontos

Nos EUA, o relatório da ADP de empregos no setor privado mostrou que a geração de empregos em junho encerrou o mês em 150 mil, abaixo das estimativas de 160 mil do consenso LSEG e marcando uma desaceleração ante os 157 mil empregos em maio (número revisado).

Os números acalmaram os investidores, já que mostram um mercado de trabalho americano mais fraco, o que pode favorecer a tese sobre o início do corte de juros por lá. Segundo a plataforma do CME Group, o mercado aposta em setembro como o mês de maior probabilidade para o primeiro corte de juros (59,9%).

Também houve a divulgação da balança comercial de maio, que mostrou um crescimento no déficit comercial dos Estados Unidos em 0,8% em maio ante o mês anterior, a US$ 75,07 bilhões, segundo o Departamento do Comércio americano. No mês de maio, o número era de - US$ 74,6 bilhões. Entretanto, apesar do avanço do crescimento no déficit, o consenso do FactSet previa um saldo negativo maior, de US$ 76 bilhões.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA foi revisado para cima pela S&P Global, de 54,6 para 54,8 em junho, registrando o maior patamar desde abril de 2022, segundo a S&P Global. O dado de maio veio em 54,5. O PMI de serviços, por sua vez, subiu de 54,8 em maio para 55,3 em junho, também atingindo o maior nível desde abril de 2022.

De olho no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou uma produção industrial com queda de 0,9% em maio na comparação com o mês anterior. O número é o segundo consecutivo em queda, eliminando o ganho de 1,1% no setor no acumulado entre fevereiro e março deste ano. Na comparação com maio do ano passado, a produção caiu 1%. Os resultados, porém, vieram menos ruim do que o esperado. A pesquisa da Reuters projetava queda de 1,7% na variação mensal e na base anual.

O S&P Global também divulgou o PMI de serviços do Brasil de junho. O índice caiu a 54,8, ante os 55,3 em maio. Apesar da queda, o índice permanece pelo nono mês seguido acima da marca de 50 que separa crescimento de contração. Já o PMI composto ficou em 54,1 em junho, frente os 54 no mês anterior.

Além dos indicadores, houve a publicação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano). No documento, os membros do Fed reconheceram que "as pressões sobre os preços estão diminuindo" e que a economia americana parece estar desacelerando.

No entanto, ainda enfatizam que precisam de mais confiança de que a inflação caminha de forma sustentável para a meta de 2%, visto que ela está se movendo na direção certa, mas não com a rapidez suficiente para justificar a queda de juros.

Reunião entre Lula e ministros

No radar político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros da equipe econômica se reuniram hoje para debater o cenário fiscal e econômico. As discussões também avaliam a depreciação recente do real, classificada como "um ataque especulativo” pelo presidente. Ontem, o dólar chegou na casa dos R$ 5,70, maior nível desde 5 de janeiro de 2022, após novas críticas de Lula ao Banco Central (BC).

A ideia de que o governo deve apresentar medidas para essa escalada do dólar também ajudaram a acalmar o mercado, de acordo com Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. A moeda americana fechou o dia em queda de 1,7%, a R$ 5,568. De acordo com o economista, essa alta do dólar nada mais é do que uma crise de confiança, não é uma crise real de economia.

“Os dados do Brasil estão bons, então é mais uma incerteza do que vai acontecer com o arcabouço fiscal e com o Banco Central (BC). Cabe ao governo mostrar como vai cumprir o arcabouço, mas é possível sim cumprir. O ideal também é indicar logo o presidente do BC, para o mercado ter clareza e ajudar a acalmar os ânimos.”

Dólar hoje

Nesta quarta-feira, 3, o dólar fechou em queda de 1,71% a R$ 5,568. Na última sessão, a moeda fechou com alta de 0,22%, a R$ 5,665, maior patamar em dois anos e meio.

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 16h55.

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