Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
Repórter
Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 18h30.
Última atualização em 30 de dezembro de 2025 às 18h50.
O Ibovespa encerrou em alta no último pregão de 2025, após a queda registrada na véspera. A principal referência acionária do mercado brasileiro avançou 0,40% nesta terça-feira, 30, aos 161.125,37 pontos. Com o resultado, o índice acumula no ano uma valorização de 33,95%.
O desempenho ao longo desses últimos 12 meses marca o melhor resultado do Ibovespa desde 2016, quando o indicador registrou ganho de 38,9%.
O índice também acumula ainda 32 recordes após ter vivenciado um rali principalmente nos últimos meses, chegando a ficar muito próximo dos 170 mil pontos. O mês de dezembro também se encerra com alta de 1,29% no período.
Na sessão de hoje, entre os 83 papéis que compõem a referência acionária, apenas cinco fecharam em baixa, com destaque para os papéis da Tim (TIMS3) e Embraer (EMBJ3), que recuaram 1,39% e 1,45%, respectivamente.
A maioria das ações, contudo, avançaram, impulsionando a alta do Ibovespa, principalmente as ações de grandes empresas, as chamadas blue chips, de peso no índice.
Os grandes bancos e a Vale (VALE3) se recuperaram após cederem na sessão desta segunda, 29, e os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) estenderam os ganhos, em linha com o avanço nos preços de petróleo.
Apesar de um ambiente de negócios mais esvaziado, marcado pela liquidez reduzida típica do fim de ano, os investidores mantiveram no radar uma bateria de indicadores econômicos do Brasil e dos Estados Unidos.
Logo cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a PNAD Contínua, apontando que a taxa de desocupação no Brasil caiu para 5,2% no trimestre encerrado em novembro de 2025.
O número de desocupados somou 5,6 milhões de pessoas, o menor nível da série histórica iniciada em 2012. Houve queda de 7,2% no trimestre (menos 441 mil pessoas) e de 14,9% no ano (menos 988 mil).
A melhora no trimestre, no entanto, ocorreu quase exclusivamente em função do emprego no setor público. Como o setor é menos sensível ao ciclo econômico, André Valério, economista sênior do Inter, avalia que essa melhora do emprego não deve ser interpretada como um sinal de que a política monetária restritiva não esteja funcionando.
"Pelo contrário, os setores mais sensíveis à taxa de juros seguem sem apresentar dinâmica de aceleração do emprego", afirmou Valério.
"A piora recente do câmbio, porém, coloca em questionamento o início do ciclo de cortes da Selic [a taxa básica de juros brasileira] na reunião de janeiro. Apesar disso, seguimos esperando que, até lá, o câmbio se normalize e os dados de inflação permitam que o Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Centra] dê início ao ciclo de flexibilização monetária", complementou.
O mercado também acompanhou a divulgação da ata do Fed que, na avaliação dos operadores, evidencou as divergências entre os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) sobre quando e quanto cortar os juros nos EUA.
"Na última reunião, o Fed decidiu cortar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, mas essa decisão só foi tomada após um debate intenso. A ata também mostra que, embora o comitê sinalize novos cortes no próximo ano, parte dos membros demonstra maior cautela, especialmente por causa das preocupações com a inflação", afirmou Guilherme Falcão, sócio da One Investimentos.
As operações da bolsa agora serão retomadas apenas na sexta-feira, dia 2 de janeiro, quando o mercado volta a funcionar normalmente.
As bolsas dos Estados Unidos, porém, operam na véspera do ano novo nesta quarta-feira, 31. Na penúltima sessão do ano, os principais índices de ações de ações de Nova York fecharam em leve queda.
O índice Dow Jones registrou baixa de 0,20%, assim como o S&P 500, que recuou 0,14%. O Nasdaq também cedeu 0,24%.