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Ibovespa fecha em alta de 1,01% com Vale e melhora externa

A bolsa começou a semana no azul, guiada pelo forte avanço de papéis de mineração e siderurgia e a melhora no ambiente acionário global


	Bovespa: o Ibovespa subiu 1,01%, a 53.119 pontos
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bovespa: o Ibovespa subiu 1,01%, a 53.119 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2015 às 18h11.

São Paulo - A Bovespa começou a semana no azul, guiada pelo forte avanço de papéis do setor de mineração e siderurgia e tendo como pano de fundo a melhora no ambiente acionário global, após acordo na zona do euro para um resgate da Grécia.

O Ibovespa subiu 1,01 por cento, a 53.119 pontos.

O volume financeiro do pregão, contudo, somou apenas 5,43 bilhões de reais, mostrando que os agentes financeiros ainda estão reticentes com a bolsa paulista, particularmente com o front doméstico.

Entre as apreensões locais está o quadro político conturbado que, na visão de agentes financeiros, pode dificultar o cumprimento de compromissos fiscais pelo governo, considerados essenciais para retomada confiança e do crescimento.

"O clima político ainda é ruim com muitos rumores de pressões políticas sobre o ministro Joaquim Levy (Fazenda) e sobre mudanças na meta fiscal", disse o trader Thiago Montenegro, da Quantitas Asset Management.

No final da semana passada, o UBS cortou as ações brasileiras para "underweight" em seu portfólio para os mercados emergentes, citando entre outros fatores um cenário macroeconômico corrente muito fraco. No exterior, após negociações durante toda a noite, líderes da zona do euro fizeram a Grécia ceder grande parte de sua soberania à supervisão externa para obter ajuda financeira a fim de manter o país no bloco de moeda única.

O índice acionário europeu FTSEurofirst 300 encerrou em alta de 1,88 por cento, enquanto o norte-americano S&P 500 avançou 1,11 por cento.

Também repercutiam números melhores do que o esperado sobre o comércio exterior da China no mês passado, enquanto as bolsas chinesas subiram, alimentando esperanças de alguma estabilização.

DESTAQUES

=VALE disparou à tarde, com os papéis preferenciais fechando em alta de 6,59 por cento e os ordinários com ganho de 8,12 por cento, após comentários do diretor executivo de Ferrosos da mineradora, Peter Poppinga, sobre ajuste na capacidade anual de produção da companhia e de que o preço da commodity atingiu o piso. Para a equipe do BTG Pactual, as declarações foram na direção de que a empresa está trabalhando nos fundamentos para uma companhia melhor em 2018, mas avaliou que o impacto no mercado de minério de ferro das declarações era "zero".

=CSN também reverteu perdas iniciais e subiu 7,05 por cento influenciada pelos comentários sobre minério de ferro do executivo da Vale, uma vez que a empresa também produz a commodity. A siderúrgica ainda esteve no radar em meio a comentários do presidente Benjamin Steinbruch de que trabalha para vender ativos ainda este ano, entre eles a participação na concorrente USIMINAS, que fechou com as preferenciais em alta de 5,61 por cento, enquanto as ordinárias caíram 3,83 por cento. Em dia de alta no setor siderúrgico, GERDAU avançou 4,30 por cento.

=GOL saltou mais de 15 por cento, após anunciar na sexta-feira acordos financeiros com a parceira norte-americana Delta Air Lines de até 446 milhões de dólares para reforçar sua liquidez. O movimento foi amplificado por cobertura de posições vendidas, com "realização de lucros" nessas posições após a ação cair quase 18 por cento este mês até a sessão anterior. O Bank of America Merrill Lynch disse que a notícia era positiva para a Gol, destacando que demonstra comprometimento de longo prazo dos controladores e da Delta com a companhia, mas disse permanecer cético com o cenário para companhias aéreas brasileiras, pela limitada visibilidade e falta de indicação de melhora estrutural nos fundamentos do setor para 2016.

=GRUPO PÃO DE AÇÚCAR subiu 6,58 por cento, após reportar receita líquida consolidada de 16,1 bilhões de reais no segundo trimestre, avanço de 6 por cento na comparação anual. "Tendo em vista a deterioração do cenário macro nos últimos meses, a empresa conseguiu mostrar números satisfatórios, com destaque para a recuperação da bandeira Extra, manutenção do sólido crescimento do Assaí e evolução da Cnova", disse a corretora Concórdia, em relatório a clientes, reafirmando sua visão positiva para Pão de Açúcar no longo prazo, enquanto no curto "a expectativa ainda é de desaceleração da atividade".

=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO avançaram 0,92 e 1,83 por cento, respectivamente, também respondendo por relevante suporte para a alta do Ibovespa, com o BTG Pactual destacando positivamente para o setor a edição de medida provisória que eleva o limite do comprometimento de renda com crédito consignado de 30 para 35 por cento, sendo 5 por cento destinados exclusivamente para a amortização de despesas contraídas por cartão de crédito.

=PETROBRAS fechou com as preferenciais em alta de 0,25 por cento e as ordinárias estáveis, em sessão em que o petróleo recuou. Dados divulgados pela estatal na sexta-feira, mostrando que a produção total de petróleo e gás natural no Brasil recuou 0,1 por cento em junho ante maio, para 2,553 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), também ocuparam as atenções.

Texto atualizado às 18h11
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