Uma unidade produtiva da Heineken global: empresa terá sua 16ª fábrica no Brasil (Andrey Rudakov/Bloomberg/Getty Images)
Repórter Exame IN
Publicado em 4 de maio de 2023 às 18h00.
Última atualização em 5 de maio de 2023 às 17h18.
A fabricante de cervejas Heineken ampliou seu investimento no país. A companhia vai fazer um novo aporte de R$ 1,5 bilhão na Região Nordeste, mais especificamente nas cervejarias de Igarassu (PE) e Alagoinhas (BA), para impulsionar seu portfólio premium e mainstream puro malte. Ao longo de quatro anos, o grupo de origem holandesa investiu R$ 4,6 bilhões na operação brasileira.
O investimento recebido pela planta de Igarassu irá triplicar a capacidade produtiva das marcas Amstel e Devassa, além de incrementar em 45% a operação de linhas de embalagens retornáveis. Já a cervejaria de Alagoinhas está recebendo recursos adicionais para ampliar em 60% a produção da marca Heineken, que tem o Brasil como o maior país consumidor do mundo. Há cinco anos, o mercado brasileiro era apenas o 17º da marca.
O investimento faz sentido dentro da estratégia da companhia, que vem aumentando cada vez a participação dos rótulos de maior valor agregado, como Heineken e Amstel, em suas vendas. No primeiro trimestre, a Heineken Brasil reportou um avanço de algo em torno de 25% de receita e um dígito alto (algo em torno de 8% a 9%) de volumes. "Estamos hoje suprindo uma demanda que já existe. Estamos alocando parte do volume que já temos em outras cervejarias para essa, para um ganho de eficiência geográfica. A fábrica vai abastecer toda a Região Norte e Nordeste", disse o CEO da Heineken Brasil, Mauricio Giamellaro.
Depois de crescer de 3% para 30%, o segmento premium virou a alavanca de crescimento do mercado nacional de cervejas e alvo de disputa das fabricantes. Hoje, em seus resultados, a Ambev informou que os rótulos premium reportaram um aumento de 35% de vendas no primeiro trimestre.
Atualmente a companhia tem 14 cervejarias e mais uma em construção, em Passos (MG). "A conexão com a estratégia é muito grande. Vai trazer muita rentabilidade para o negócio e muita qualidade para o produto", diz o vice-presidente de operação da Heineken, Rodrigo Bressan. O prazo das obras de expansão da unidade de Igarassu é de um ano e a previsão é de gerar 130 novos empregos diretos, além dos 700 durante as obras.
A cervejaria direcionará parte do investimento para a implementação de tecnologias que tornarão a unidade pernambucana uma referência em eficiência hídrica, reduzindo em 30% o consumo de água utilizada na produção em até três anos. Para isso, a companhia ampliará parcerias com outras empresas instaladas na região para reutilização do efluente tratado.
Ainda em linha com a meta do Grupo Heineken de neutralizar as emissões de carbono de todas as suas operações, a planta de Igarassu funcionará com fontes de energia 100% renovável, a exemplo de biogás e biomassa, permitindo também uma redução de 25% no consumo de energia térmica. Os investimentos em Pernambuco também permitirão a cervejaria inserir uma nova linha de embalagens retornáveis de 600 ml, que trará maior eficiência na gestão de resíduos, de acordo com o vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos, Mauro Homem.
Além das iniciativas ambientais priorizadas no novo investimento, na frente social, os estados serão beneficiados por programas de impacto por meio do Instituto Heineken unidades para públicos envolvidos na sua cadeia de valor, como profissionais catadores, vendedores ambulantes e jovens em situação de vulnerabilidade.
O município de Igarassu foi o primeiro a receber um programa do Instituto Heineken e formou mais de 70 jovens no último ano por meio do WeLab, um programa de aprendizagem pessoal e profissional gratuito direcionado ao desenvolvimento e capacitação de jovens de 18 a 24 anos em situação de vulnerabilidade. Em Alagoinhas (BA) o mesmo programa impactará 150 jovens já no segundo semestre deste ano.