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GPA diz que Casino ainda não informou sobre venda da operação

Na manhã desta segunda-feira, 26, franceses apresentaram plano estratégico que envolve venda de ativos na América Latina

GPA pode ser vendido (GPA/Divulgação)

GPA pode ser vendido (GPA/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 26 de junho de 2023 às 10h27.

O GPA (PCAR3) dono das redes Pão de Açúcar e Extra disse há pouco que ainda não foi informado sobre venda de suas operações pelo seu controlador, o grupo francês Casino.

Na manhã desta segunda-feira, 26, os franceses apresentaram um plano estratégico para resolver seus problemas de liquidez, o que envolve a venda de ativos "non-core" na América Latina, como o colombiano Éxito e o GPA. 

O plano dos franceses vêm na mesma época em que se aproxima o fim da atuação de Guillaume Gras como CFO do GPA. Há 16 anos no Casino, Gras deixa o cargo no próximo dia 30, e será substituído por Rafael Russowsky, atual membro do conselho de administração da companhia e diretor de desenvolvimento corporativo e participações do grupo Casino

Com dívidas na casa de 6,4 bilhões de euros, o Casino tenta arrumar a casa. Na semana passada, o grupo fez a venda de sua participação de 11,7% na rede atacadista brasileira Assaí por 403 milhões de euros (2,11 bilhões de reais).

Casino busca superar dificuldades financeiras

O grupo luta há vários anos para superar as dificuldades e espera agora reduzir as dívidas pela metade como parte de um processo de conciliação, que pode prosseguir até 25 de outubro.

Casino espera assim converter em capital "pelo menos todas as dívidas não garantidas", ou seja, mais de 3 bilhões de euros (15,2 bilhões de reais). Isto significa que os credores que emprestaram a quantia serão acionista do grupo (ao invés de recuperar os valores).

O bilionário tcheco Daniel Kretinsky, que controla 10% das ações do Casino, propôs a vários credores a troca de até 40% da dívida por liquidez ou ações, ou ambas. Este empresário e o bilionário francês Marc Ladreit de Lacharrière defendem uma das ofertas para assumir o comando do grupo.

Kretinsky ofereceu um aporte de 750 milhões de euros (3,9 bilhões de reais) para um aumento de capital de mais de um bilhão de euros (9 bilhões de reais).

A outra oferta, apresentada pelo trio de empresários franceses Xavier Niel, Matthieu Pigasse e Moez-Alexandre Zouari, também prevê oferecer aos credores a oportunidade de "reinvestir em capital".

O Casino também pretende captar 900 milhões de euros "na forma de recursos próprios para dotar a empresa dos recursos necessários para aplicar sua estratégia" 2023-2025. Além da venda da participação na rede Assaí, o grupo anunciou outras medidas para "preservar sua liquidez".

O grupo obteve um acordo do Estado francês para adiar o "pagamento de impostos e encargos sociais", em uma quantia correspondente a 300 milhões de euros (R$ 1,57 bilhão). Os credores receberam o pedido de suspensão de pagamento de juros e vencimentos da dívida até outubro.

*Com informações da AFP

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