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Gestora vê bolsa em alta mesmo com queda da popularidade do presidente

Embora veja enfraquecimento político do governo, gestora vê ambiente político mais calmo por desinteresse sobre processo de impeachment

Foto: Jesada Wongsa/Getty Images (Jesada Wongsa/Getty Images)

Foto: Jesada Wongsa/Getty Images (Jesada Wongsa/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 7 de junho de 2021 às 09h01.

A gestora BlueLine aumentou sua posição em ações da bolsa brasileira, acreditando que o bom momento deve persistir, mesmo com o enfraquecimento político do governo federal.

Em carta de junho destinada a investidores, a gestora chegou a afirmar que o presidente Jair Bolsonaro “se encontra acuado por queda de popularidade”. Mas isso não deve ser um problema, pois “a oposição, já antecipando um presidente fraco para o pleito de 2022, não parece mais interessada no impeachment” - o que, segundo a Blueline, diminui a 'temperatura política no país". 

A gestora também cita o aumento da arrecadação do governo federal impulsionado pelo crescimento do país. “E crescimento é tudo que os investidores querem ouvir”. “Não entendemos que o Brasil já tenha endereçado seus múltiplos desequilíbrios, mas mesmo assim o mercado remove um pouco dos descontos verificados nos preços dos ativos, pelo simples fato que a reabertura da economia se aproxima”, afirma em carta.

No mercado global, a gestora vê os negócios sendo influenciados, principalmente, pelas discussões de inflação e juros americanos. Nesse aspecto, a Blueline compartilha a opinião de membros do Federal Reserve de que as pressões inflacionárias dos Estados Unidos são fortes, mas apenas temporárias. 

“Aumento de preços de carros usados, hotéis, restaurantes e passagens aéreas caracterizam uma pressão de preços relacionados ao processo de reabertura econômica e é fortemente influenciada pelo efeito base após o choque da pandemia em 2020. Os efeitos sobre a oferta de bens e serviços tende a se normalizar, assim que a vacinação em massa for atingida e as restrições ao processo produtivo sejam removidos.”

Outro fator que pressiona a inflação no país, a oferta de trabalho, restrita por riscos de contaminação e extensão do seguro-desemprego, segundo a Blueline, deve se normalizar em setembro, reduzindo as pressões sobre o salário. 

“O mercado parece trabalhar com hipóteses, no momento, de que a pressão inflacionária é transitória e o crescimento está se disseminando globalmente. Tendo este quadro como pano de fundo, nós reduzimos a magnitude das posições em juros globais, no entanto mantendo ainda posições tomadas no Reino Unido, Alemanha, EUA e Chile”

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