Agenda do dia: atenção para inflação e juros no Boletim Focus (Divulgação/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 05h00.
Na última semana cheia do ano, antes dos feriados de Natal e Ano Novo, os mercados continuam sensíveis a temas como o futuro da política monetária e o risco de uma bolha da inteligência artificial. No Brasil, o componente político também segue no radar dos investidores. No fim de semana, houve protestos contra o Projeto de Lei da Dosimetria, que pode reduzir a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros condenados de envolvimento na invasão ao Congresso em 8 de janeiro de 2023.
O Ibovespa acumulou alta de 2,16% na semana passada e voltou ao patamar dos 160 mil pontos.
O dia já começa com dados quentes da economia chinesa. Vendas de varejo, produção industrial e preços de imóveis foram alguns indicadores divulgados na noite deste domingo, 14, além da taxa de desemprego na China em novembro. São dados que podem ajudar a calibrar o humor global no início da semana, especialmente para ativos sensíveis ao ciclo econômico chinês.
Aqui no Brasil, atenção para o Boletim Focus, com as previsões dos economistas consultados pelo Banco Central. As projeções para a inflação podem recuar pela quinta semana consecutiva. Na última leitura, a mediana do IPCA para este ano caiu para 4,4%, se afastando do teto da meta.
Este também será o primeiro relatório após a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Selic em 15% e sinalizou taxas neste patamar por mais tempo. A ata do encontro será divulgada amanhã, 16.
O Banco Central também vai divulgar o IBC-Br de outubro, indicador vulgarmente conhecido como prévia do PIB. A leitura ganha peso após o desempenho misto dos indicadores de atividade: vendas no varejo acima do esperado, produção industrial estável e um arrefecimento considerado saudável no setor de serviços.
Para Matheus Pizzani, economista do PicPay, esse conjunto tende a sustentar um início de quarto trimestre mais forte, reduzindo o risco de queda em indicadores relacionados à atividade econômica.
Sem indicadores econômicos relevantes na agenda dos Estados Unidos, o destaque fica para as falas de membros do Comitê do Fed que tomam decisões sobre os juros. Pela manhã, fala Stephen Miran, que dissidente nas três últimas reuniões de política monetária, votando a favor de um corte maior das taxas. Ele participa de um painel sobre perspectivas para a inflação americana, organizado pelo Instituto de Políticas Globais da Universidade de Columbia.
À tarde, fala John Williams, presidente do Federal Reserve de Nova York, e que votou junto com o consenso em reduzir os juros dos EUA em 0,25 ponto percentual.
É o aquecimento para uma semana que vai trazer novos dados sobre o mercado de trabalho americano, números que têm tido grande influência nas últimas decisões do Fed.