Radar: inflação na China vem morna e investidores aguardam por novos estímulos (Thomas Peter/Reuters)
Repórter de finanças
Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 07h46.
Última atualização em 9 de janeiro de 2025 às 08h25.
O mercado amanhece nesta quinta-feira, 9, com a repercussão da ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e dados da inflação na China. Investidores também aguardam o discurso de cinco dirigentes do Fed, que podem dar mais pistas sobre o rumo da política monetária por lá.
Hoje, as bolsas de Nova York ficarão fechadas e os mercados de títulos americanos encerraram os negócios devido ao feriado nacional de luto pelo falecimento do ex-presidente Jimmy Carter. O fechamento é uma tradição americana de longa data, na qual as instituições financeiras interrompem as operações após a morte de um presidente.
Por aqui, um dia após os dados da produção industrial mostrarem perda de dinamismo, será a vez da divulgação das vendas no varejo. As projeções apontam também para uma queda em novembro. Entretanto, os dados mais fracos não devem alterar a perspectiva de que o Banco Central (BC) continue agressivo – devido ao cenário desafiador local, com as desconfianças fiscais, expectativas de inflação desancoradas e dólar a R$ 6.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulga, às 9h, os dados do varejo de novembro. A mediana do Broadcast indica recuo de 0,2% para as vendas do varejo restrito em novembro, na margem, após alta de 0,4% em outubro. As estimativas para a leitura vão de -1% a +0,5%.
O mercado também repercute a ata do Fed, divulgada ontem. Os dirigentes parecem preocupados com o nível de radicalismo que tomar nas políticas comerciais e no expansionismo fiscal. Faltando pouco mais de dez dias para assumir a Casa Branca, ele não tem perdido a oportunidade de falar que gosta de gastar e que, inclusive, quer ver o aumento do teto da dívida americana.
No documento, os dirigentes concordaram que a inflação deve continuar desacelerando em 2025, mas também afirmaram que veem um risco crescente de que as pressões de preços possam permanecer rígidas, considerando o impacto das possíveis políticas do novo governo.
O Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), na última reunião, reduziu os juros em 0,25 ponto percentual (p.p.) e na própria ocasião, Jerome Powell, presidente do Fed, disse que as autoridades podem ser “cautelosos” em relação a novas reduções.
As projeções divulgadas após a reunião mostraram que as autoridades preveem apenas 0,5 ponto percentual de cortes na taxa de juros este ano. Já no mercado de apostas, após a divulgação da ata do Fed, na plataforma FedWatch, do CME Group, 35% das apostas apontavam para um corte de 0,25 p.p. até o fim do ano, enquanto 30% indicam corte de 0,50 p.p..
Juros mais altos nos Estados Unidos fortalecem o dólar, o que pressiona o câmbio no Brasil, elevando a inflação e dificultando novos cortes na Selic.
Nesta quinta-feira, 9, (horário local do país) a China divulgou sua inflação. O Índice de Preços ao Consumidor de junho (CPI, na sigla em inglês) teve alta anualizada de 0,1% em dezembro, um ligeiro recuo ante novembro (0,2%), mas em linha com o esperado. O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) caiu 2,3%, menos do que em novembro (-2,5%) e dentro do consenso.
Apesar dos dados indicarem desaceleração dos preços em dezembro, as bolsas em Xangai encerram em queda. No ano de 2024, o CPI da China ficou em 0,2%, mesma variação do ano anterior. Na bolsa de Shenzhen, o fechamento foi positivo.