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ETFs de dividendos driblam perdas do setor e superam R$ 200 milhões

Fundos que distribuem dividendos ganham espaço, apesar da retração nos ETFs de renda variável

ETFs: bolsa tem três ETFs que distribuem dividendos mensais (Getty Images/Getty Images)

ETFs: bolsa tem três ETFs que distribuem dividendos mensais (Getty Images/Getty Images)

Publicado em 13 de outubro de 2024 às 12h38.

Última atualização em 14 de outubro de 2024 às 10h42.

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Os ETFs de renda variável locais acumulam uma perda de R$ 5 bilhões no ano em patrimônio líquido, equivalente a 15% do valor no início de 2024. No entanto, uma categoria específica tem se destacado: os ETFs que distribuem dividendos.

Esses ETFs estrearam na bolsa há cerca de um ano, após serem aprovados pela B3, e já superam R$ 200 milhões sob gestão, impulsionados pelo crescimento contínuo do patrimônio. Em número de investidores, somam 25 mil cotistas, representando mais de 10% dos investidores de ETFs de renda variável local.

O ETF de dividendos com o maior número de investidores é o NDIV11, lançado pela Nu Asset, pioneiro na distribuição regular de dividendos.

“Sempre houve muita demanda por produtos de renda passiva para construção de patrimônio. Quando a B3 permitiu a distribuição de dividendos por ETFs, vimos uma oportunidade de sermos os primeiros,” diz Andrés Kikuchi, diretor-executivo da Nu Asset.

O NDIV11 foi o primeiro ETF da Nu Asset na bolsa, junto com o NSDV11. Ambos seguem o Índice Bovespa Smart Dividendos, elaborado pela B3 para reunir empresas com os melhores dividend yields médios. A diferença é que o NDIV11 distribui dividendos mensalmente, enquanto o NSDV11 os reinveste, como ocorre na grande maioria dos ETFs.

Até agora, a preferência dos investidores é clara: o NDIV11 possui mais que o dobro de cotistas do NSDV11, com cerca de 14 mil contra 6 mil. Kikuchi destaca que os dividendos são pagos mensalmente, sempre no quinto dia útil, com base nos proventos do mês anterior.

Além da Nu Asset, outras gestoras também têm apostado nesse mercado. A Buena Vista, sediada em Brasília, oferece dois ETFs que distribuem proventos regularmente: o SPYI11 e o QQQI11.

Dividendos com opções

Esses ETFs seguem uma estratégia diferente, focada em operações com opções, ao invés de selecionar empresas pelo dividend yield. A estratégia envolve vendas cobertas ("covered call") de opções sobre ações dos índices S&P 500 (SPYI11) e Nasdaq Composite (QQQI11).

O fundo vende opções para que outros investidores possam adquirir ações a um preço fixo (strike). Se o preço da ação cair abaixo do strike, o investidor não exerce a opção e o fundo retém o prêmio. No entanto, a queda também reduz o valor do fundo.

Por outro lado, se o preço da ação subir acima do strike, o investidor exerce a opção, adquirindo a ação por um preço mais baixo. Nesse caso, o fundo não captura a valorização completa, mas o prêmio recebido ajuda a mitigar a perda.

A estratégia visa distribuir dividendos mensais de 1% aos cotistas. O SPYI11, primeiro ETF da Buena Vista na B3, lançado no ano passado, é hoje o maior ETF de dividendos da bolsa, com R$ 108 milhões sob gestão.

“Vemos uma oportunidade muito maior hoje no mercado de ETFs do que nos fundos tradicionais,” afirma Renato Nobile, fundador e CEO da Buena Vista.

Atualmente, mais da metade dos R$ 252 milhões sob gestão da Buena Vista está alocada em ETFs. Juntos, o SPYI11 e o QQQI11 somam R$ 165 milhões, o que permitiu à gestora triplicar de tamanho em cerca de um ano.

Apesar desse crescimento, o mercado de ETFs no Brasil ainda representa menos de 0,5% da indústria de fundos, enquanto nos Estados Unidos corresponde a mais da metade dos ativos sob gestão em renda variável. “A permissão da B3 para a distribuição de dividendos foi uma virada de chave importante para esse mercado,” conclui Nobile.

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