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Elon Musk faz oferta por 100% do Twitter para fechar o capital da empresa

Ações disparam 12% nas negociações antes da abertura do pregão com oferta equivalente a US$ 43 bilhões em dinheiro

 (picture alliance/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2022 às 07h41.

Última atualização em 14 de abril de 2022 às 17h43.

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Elon Musk, o homem mais rico do mundo, acaba de divulgar uma oferta hostil -- não negociada -- para comprar todas as ações do Twitter por cerca de US$ 43 bilhões, o equivalente a US$ 54,20 cada ação, em proposta a ser paga totalmente em dinheiro.

Segundo o CEO e fundador da Tesla e da Space X, cujo patrimônio está na casa de US$ 260 bilhões, o objetivo é fechar o capital do Twitter. Ele possui atualmente 9,2% da companhia e é o seu maior acionista.

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A oferta de US$ 54,20 representa um prêmio de 38% sobre a cotação de fechamento de 1º de abril, véspera do dia em que o seu investimento se tornou público; e de 54% sobre a cotação de 28 de janeiro, véspera do dia em que ele começou a comprar ações da companhia. As ações fecharam negociadas ontem a US$ 45,85, o que faria o prêmio sobre a véspera ser de 18%.

Ações do Twitter (TWTR34)

As ações do Twitter disparavam mais de 12% nas negociações de pré-mercado da Bolsa de Nova York desta quinta-feira, 14 de abril, depois da divulgação da oferta.

Musk tem entrado em conflito e criticado abertamente a direção da companhia por discordar de decisões recentes tomadas pela rede social. E deixou isso mais uma vez explícito ao apresentar as razões para a oferta hostil.

Por que Elon Musk quer comprar o Twitter?

Em carta ao presidente do conselho de administração do Twitter, Bret Taylor, e registrada na Securities and Exchange Commission, a SEC -- o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos --, Musk escreveu que investiu no Twitter porque acredita “em seu potencial de ser a plataforma para a liberdade de expressão em todo o mundo” e que “a liberdade de expressão é um imperativo social para uma democracia em funcionamento”.

“No entanto, desde que realizei o meu investimento, percebi que a empresa não prosperará nem atenderá a esse imperativo social em sua forma atual. O Twitter precisa ser transformado em uma empresa privada”, disse Musk.

"Essa é a minha melhor e final oferta. Se não for aceita, eu precisarei reconsiderar a minha posição como acionista."

Musk encerra a carta da seguinte forma: "O Twitter tem um potencial extraordinário. Eu vou destravá-lo."

No início do mês, o bilionário anunciou que faria parte do conselho de administração da companhia, o que limitaria a sua participação futura ao equivalente a 14,9% do capital, mas um dia depois disse que havia mudado de ideia. A proposta tornada pública nesta manhã revela quais os seus novos planos para ditar os rumos do Twitter.

"Liberdade de expressão" nas redes sociais?

O debate sobre liberdade de expressão é complexo, especialmente nos Estados Unidos, onde o Twitter tem sede e, portanto, deve aderir às leis e normas do país. A rede social apagou publicações falsas sobre as eleições dos EUA, por exemplo, e suspende contas por desinformação sobre a covid-19.

Violar outras políticas do Twitter (como preconceito, assédio ou violência) leva ao banimento ou suspensão da conta e nunca foram aceitos pela plataforma. Em uma rede social alternativa, ou seja, sem monitoramento das falas dos usuários, o atrativo é poder falar o que quiser sem restrições.

Isso, por consequência, leva a proliferação do discurso de ódio, que já não se enquadra mais como liberdade de expressão. O caso do brasileiro Monark, apresentador do Flow Podcast que defendeu a criação de um partido nazista, pode vir à mente.

A ideia de Musk, inclusive, não é nova. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou lançar a própria rede social, deletou ela depois de cinco semanas por falta de engajamento e criou uma nova, conhecida como Truth Social. Tudo após o Twitter (seguido de Facebook e Google) ter banido o republicano por desinformação sobre as eleições.

Outro exemplo é o do Parler, que foi banido das lojas de aplicativos após a invasão do Capitólio. Semelhante ao Twitter, a plataforma se vendia como um aplicativo que "apoia a liberdade de expressão".

Na época, a EXAME vasculhou postagens da rede social e encontrou mensagens que destilam misoginia, xenofobia, racismo, anti-semitismo e, principalmente, ódio aos democratas americanos.

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