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Repórter
Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 17h32.
Última atualização em 16 de dezembro de 2025 às 17h42.
O dólar à vista exibiu forte valorização frente ao real nas negociações desta terça-feira, 16, dando sequência ao movimento de alta das últimas duas sessões. A moeda americana avançou 0,73%, cotada a R$ 5,462.
O movimento contrastou o fechamento no exterior. No índice DXY, que mede a força do divisa frente a uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, o dólar registrou queda de 0,16%. O euro comercial também exibiu apreciação de 0,83%, a R$ 6,423.
Segundo operadores, a moeda brasileira foi pressionada principalmente pelo movimento de busca por proteção diante do aumento da aversão a risco doméstico, refletindo a elevação do prêmio de risco político.
A reação dos mercados aconteceu após a divulgação dos resultados da pesquisa Quaest, que apontou o atual presidente Lula (PT) à frente no primeiro turno contra todos os nomes testados. O petista também aparece com 46% das intenções de voto contra 36% de Flávio Bolsonaro (PL) em um eventual cenário de segundo turno para a eleição presidencial 2026.
A pesquisa trouxe ainda dúvidas sobre o cenário que vinha sendo abraçado pelo mercado de uma candidatura de direita projetada no nome do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao indicar Flávio como mais competitivo.
"Os resultados reforçaram a liderança do candidato do governo e também evidenciaram a fragmentação da oposição em torno de um nome competitivo para o pleito de 2026", afirmou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
O quadro foi agravado por mais um dia de queda das commodities, especialmente do petróleo. O tipo Brent, de referência mundial, com vencimento em janeiro teve queda de 2,70%, cotado a US$ 58,92 por barril.
"Houve um contraste com um ambiente externo mais benigno, marcado pela fraqueza do dólar global e pelo recuo dos yields dos Treasuries, fazendo o real se destacar negativamente na sessão", disse Shahini.
Leonardo Santana, especialista em investimentos e sócio da casa de análise Top Gain, acrescenta que a combinação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) com esse ambiente externo mais cauteloso pressionou os juros futuros e o dólar. "Avançaram refletindo o aumento da aversão ao risco", afirmou.
No documento, os diretores do Banco Central reconheceram o cenário positivo para a redução das expectativas de inflação, mas mantiveram o tom duro e sem sinalização de início de corte da taxa de juros em janeiro.
O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é bastante utilizado em operações de curto prazo feitas por empresas e instituições financeiras.
A cotação do dólar à vista reflete o valor real de mercado no momento da transação, oferecendo transparência para quem precisa fechar negócios com rapidez.
O dólar futuro corresponde a contratos de compra e venda da moeda para liquidação em uma data futura. Essa modalidade é negociada na Bolsa de Valores e ajuda empresas e investidores a se protegerem da volatilidade cambial.
Sua cotação varia conforme as expectativas do mercado em relação à economia, podendo se distanciar bastante do dólar à vista em momentos de incerteza.