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Dívida dos EUA longe de uma solução, projeção do PIB brasileiro e o que move os mercados

Impasse entre governo Biden e presidente da Câmara nos EUA precoupa investidores globais; por aqui, o olhar segue para o avanço do arcabouço fiscal

Impasse da dívida dos EUA deve trazer mais um dia complexo para os mercados (Brendan McDermid/Reuters)

Impasse da dívida dos EUA deve trazer mais um dia complexo para os mercados (Brendan McDermid/Reuters)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 23 de maio de 2023 às 07h54.

O impasse com a dívida dos Estados Unidos continua a assombrar os mercados nesta terça-feira, 23. A reunião entre Joe Biden e Kevin McCarthy, presidente da Câmara, terminou sem um desfecho. O congressista republicano afirmou que a conversa "foi produtiva", mas que "diferenças sobre os gastos continuam". 

O primeiro reflexo do encontro sem solução foram os mercados asiáticos. A bolsa de Tóquio caiu pela primeira vez (-0,42%) depois de sete altas seguidas e os investidores também demonstraram mal humor em Hang Seng, a Bolsa de Hong Kong. Em Dalian, a cotação do minério de ferro ficou 2,95% menor.

Na Europa, somente o índice de Londres operava no azul. Por lá, além do impasse americano, os mercados digerem prévias mais fracas da atividade econômica. Na Zona do Euro, o PMI industrial recuou ao menor número em 36 meses. 

Por aqui, os investidores seguem de olho nos rumos do arcabouço fiscal na Câmara de Deputados, cuja votação está prevista para acontecer até quarta-feira, 24. Também está prevista para esta terça-feira a apresentação de projeções macrofiscais da Secretaria de Política Econômica (SPE), com indicações de para onde o governo acredita que caminharão os indicadores de PIB, inflação e resultado fiscal.

Desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília)

  • Dow Jones futuro (Nova York): -0,14%
  • S&P 500 futuro (Nova York): - 0,09%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 0,05%
  • DAX (Frankfurt): -0,10%
  • CAC 40 (Paris): -1,00%
  • FTSE 100 (Londres): +0,17%
  • Stoxx 600 (Europa): -0,32%
  • Hang Seng (Hong Kong): -1,25%

No Brasil, expectativa com arcabouço e projeções do governo para PIB e inflação

Na última segunda-feira, 22, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad se reuniu com o o relator do arcabouço fiscal na Câmara, Claudio Cajado (PP-BA). Antes da reunião, o ministro elogiou o deputado, afirmando que Cajado é uma pessoa do diálogo. O governo tem expectativa de que o texto não sofra tantas alterações em sua votação, prevista para acontecer até quarta-feira, 24. São precisos 257 votos para aprovação do projeto de lei complementar seguir para análise do Senado.

Hoje, o relator do projeto deve se reunir com mais representantes partidários. Enquanto isso, já de olho em outras pautas a serem tratadas no Congresso, Haddad deve se encontrar com Aguinaldo Ribeiro e Reginaldo Lopes, que são, respectivamente, relator e coordenador do grupo de trabalho da reforma tributária na Câmara.

À tarde, o Secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, deve falar à imprensa sobre as projeções de PIB, inflação e resultado fiscal para o ano.

Sem desfecho em reunião, dívida dos EUA é sinal amarelo

No radar dos investidores de todo o mundo está a discussão sobre a dívida dos Estados Unidos, que demonstra um impasse entre democratas e republicanos. McCarthy disse a jornalistas que a reunião com o presidente norte-americano foi produtiva, mas que "ainda não há acordo em nenhum ponto". Já Biden refuta a possibilidade de calote e fala em "solução bipartidária". 

Na Europa, atividade mais fraca

As prévias da atividade econômica na Europa também vieram como um balde água fria. A indicação do PMI industrial foi um recuo ao menor nível em três anos, para 44,6 pontos, o que também derrubou o composto do indicador para seu menor patamar no período, a 57,8 pontos.

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