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Decisão do BCE, discurso de Jerome Powell e o que mais move o mercado

Cautela predomina no mercado internacional, com investidores atentos aos próximos passos de banqueiros centrais

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (François Lenoir/Reuters)

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (François Lenoir/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 8 de setembro de 2022 às 07h14.

Última atualização em 8 de setembro de 2022 às 07h23.

O mercado internacional iniciou esta quinta-feira, 8, em tom de cautela, com todas as atenções voltadas às políticas monetárias dos principais bancos centrais.

Às 9h15 o Banco Central Europeu (BCE) deve anunciar seu segundo ajuste do ciclo de alta de juros. A expectativa é de mais uma elevação de 0,50 ponto percentual, que levaria a taxa de facilidade de depósito, considerada a principal da Zona do Euro, para 0,5%. Mas, dada a surpresa da última decisão, quando o BCE subiu os juros acima do esperado, uma alta mais agressiva, de 0,75 ponto percentual, não é descartada por parte dos investidores.

Economistas do banco europeu ING consideram a elevação mais dura como de "difícil digestão" para a ala mais dovish do BCE e por isso apostam em uma para 0,5% nesta decisão. Em relatório, no entanto, eles pontuaram que só uma elevação de 0,75 p.p. seria suficiente para retirar a pressão negativa sobre o euro.

A moeda europeia vem sendo negociada perto do menor patamar em 20 anos, chegando a ir abaixo de US$ 1. Nesta manhã o euro segue próximo da estabilidade, enquanto investidores aguardam os próximos passos do BCE.

Mas  independentemente da direção da reação do euro nesta quinta, os economistas do ING disseram que os efeitos devem ser apenas de curto prazo, dado o maior pessimismo sobre a economia local. "O euro tem sido pouco reativo às expectativas da taxa do BCE ultimamente, já que a crise de energia continuou a impulsionar a maioria dos movimentos", afirmaram. 

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Desempenho dos indicadores às 7h20 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): - 0,05%
  • S&P 500 futuro (Nova York): - 0,04%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 0,06%
  • DAX (Frankfurt): - 0,28%
  • CAC 40 (Paris): + 0,36%
  • FTSE 100 (Reino Unido): + 0,17%
  • Stoxx 600 (Europa): + 0,11%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: - 1,00%
  • Shangai Composite (Xangai)*: - 0,33%

Discurso de Jerome Powell

A coletiva de Christine Lagarde, presidente do BCE, será às 11h15. Mas antes mesmo de Lagarde, o mercado deve repercutir as falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que irá participar da 40ª Conferência Monetária Anual do Instituto Cato às 10h10. Em seu último discurso, em Jackson Hole, Powell provocou uma grande onda de aversão ao risco, com investidores precificando um aperto mais duro para controlar a inflação americana.

Desde então, investidores têm aumentado as apostas de mais uma elevação superagressiva de 0,75 p.p. na decisão de 21 de setembro. A probabilidade nesta manhã está em mais de 82% contra 18% de uma alta mais branda, de 0,50 p.p. para a próxima reunião.

Volta de feriado no Brasil

Expectativas de juros mais altos também foram reacesas no mercado brasileiro a partir de falas mais duras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A percepção de que o ciclo de alta de juros talvez não tenha chegado ao fim -- como anteriormente esperado -- provocou forte reação no último pregão, com o Ibovespa fechando em queda de mais de 2% na terça-feira, 6.

Nesta quinta, o mercado brasileiro volta do feriado do Dia da Independência sem ter aproveitado o intenso apetite ao risco que tomou as bolsas internacionais na véspera. Índices de Wall Street, que vinham cambaleantes, fecharam em alta de mais de 2% na quarta-feira, 7. O EWZ, ETF que representa a bolsa brasileira nos Estados Unidos, subiu 0,93%.

Petróleo abaixo de US$ 90

Mas além dos discursos de banqueiros centrais, o movimento das commodities pode pressionar as negociações do mercado local nesta quinta. Desde terça, o petróleo brent já caiu mais de 5%, e está sendo negociado abaixo de US$ 90, no menor patamar desde janeiro, em meio a temores de uma recessão global.

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