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CVC, PetroRio, Usiminas: as 10 maiores altas e baixas do Ibovespa em março

Índice registra o terceiro mês consecutivo de ganhos em 2022 e acumula alta de quase 15% no ano

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 31 de março de 2022 às 18h38.

Última atualização em 1 de abril de 2022 às 12h12.

O Ibovespa subiu 6% em março, ainda impulsionado pelo fluxo de capital estrangeiro que beneficiou o índice nos dois primeiros meses de 2022. Neste mês, o investidor estrangeiro ingressou com R$ 27 bilhões na bolsa brasileira, levando o saldo acumulado do ano a um montante de R$ 89,64 bilhões.

O bom momento da bolsa brasileira está também associado ao fechamento da curva de juros, que caiu de olho no Banco Central. Em sua última ata, o BC sinalizou que o ciclo de alta da taxa básica de juro, a Selic, será encerrado em maio. O movimento permitiu a recuperação das descontadas ações ligadas à economia doméstica, que aproveitaram o momento de alívio para conquistar os maiores destaques de alta do mês.

“O Ibovespa subiu com um fluxo forte de capital para países emergentes, somado à expectativa de que a Selic não suba além dos 12,75% ao ano, como tem dito o Banco Central. Tudo isso em meio à temporada de resultados, que foram majoritariamente positivos”, disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

No caso da CVC (CVCB3), a forte alta de mais de 50% respondeu em grande parte ao resultado da empresa no quarto trimestre de 2021. No período, a empresa registrou um salto de 92% na receita, para R$ 314 milhões. O resultado foi impulsionado pelo aumento do tíquete médio em viagens domésticas, retomadas à medida que caem as restrições relacionadas à pandemia.

Vale lembrar que o mês foi majoritariamente positivo para as ações do Ibovespa, com apenas 15 das 89 ações que compõem o índice fecharam em baixa. A maior queda foi a da PetroRio (PRIO3), que recuou 15% no mês. A ação sofreu com o recuo do petróleo, que caiu 5% só hoje e sofreu com alta volatilidade nas últimas semanas. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) também ficaram entre as dez maiores quedas de março.

No início do mês a commodity foi beneficiada pelo temor de escassez gerado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. O preço do barril, no entanto, apresentou forte queda nas últimas sessões com rumores de acordo de paz entre os dois países. Nesta quinta-feira, o petróleo recuou após os Estados Unidos anunciarem que irão liberar 1 milhão de barris de suas reservas de petróleo, ao longo de seis meses, com o objetivo de aliviar a inflação no país — a mais alta em 40 anos. 

Outro setor que sofreu em março foi o de ações associadas ao minério de ferro, com Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3) e Vale (VALE3) entre as dez maiores quedas no mês. Os papéis apresentaram leve queda com a ameaça de novas restrições à produção vindas da China. No último domingo, a China anunciou lockdown em Xangai, centro financeiro do país, por conta de um novo recorde diário de infecções assintomáticas de covid-19. 

Exportadoras também foram penalizadas com a queda do dólar frente ao real. O dólar comercial recuou 7,7% em março e já recua quase 15% no ano.

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