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Corte de gastos, eleições do Reino Unido, ata do BCE e balança comercial: o que move o mercado

Nas próximas horas, o mercado também acompanha a ata do Banco Central Europeu (BCE)

Radar: mercado acompamanha eleições no Reio Unido (Jack Taylor/Getty Images)

Radar: mercado acompamanha eleições no Reio Unido (Jack Taylor/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 4 de julho de 2024 às 08h24.

Última atualização em 4 de julho de 2024 às 10h41.

Os mercados internacionais operam em alta na manhã desta quarta-feira, 4. Em dia de feriado nacional nos Estados Unidos, o Independence Day, os índices futuros sobem, com exceção da Nasdaq. Ontem, Nasdaq e S&P surfaram na onda dos ganhos de empresas de tecnologia e bateram novos recordes.

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Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em alta, de olho na perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) irá cortar juros em breve. Nesta quarta-feira, 3, foi divulgado outros indicadores que mostram que a economia está desaquecida, o que despressiona a inflação e abre margem para o início do corte.

Na Europa, às vésperas das eleições do Reino Unido e da ata do Banco Central Europeu (BCE), as bolsas abriram em alta. Por aqui, sinalizações de corte de gastos deixou o mercado mais calmo, com o Ibovespa recuperando os 126 mil pontos. Pela manhã, no entanto, o índice recuava.

Sinalização de corte de gastos

O mercado parece repercutir positivamente as falas do presidente Lula Inácio Lula da Silva (PT) sobre preservar o arcabouço fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta-feira, que Lula anunciou um corte para 2025 de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, por meio de um pente-fino de benefícios.

A declaração foi dada ao lado da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), da ministra de Gestão, Esther Dweck (PT) e do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT) após reunião com Lula para discutir medidas de reequilíbrio do Orçamento.

De acordo com Haddad, Lula destacou que o governo reduzirá as despesas a partir de 2024 para atingir a meta fiscal e obedecer ao limite de gastos. As medidas de contenção serão oficializadas no dia 22 de julho, com a divulgação do próximo relatório de avaliação do Orçamento deste ano. O documento, que será encaminhado ao Congresso, indicará se é necessário realizar um bloqueio para cumprir o teto de despesas do arcabouço fiscal, assim como um contingenciamento para evitar ultrapassar a regra da meta.

"A determinação [...] é que o arcabouço seja preservado a todo custo, o que significa dizer que o relatório de julho pode significar algum contingenciamento e algum bloqueio, que serão suficientes para que o arcabouço seja cumprido", afirmou.

Lula também afirmou, nesta quarta-feira, que o Brasil “jamais será irresponsável” na área fiscal. A declaração foi feita após o lançamento do Plano Safra 2024/2025. “Estejam certos de que a comida vai ficar barata, estejam certos que este País jamais será irresponsável do ponto de vista fiscal.”, disse Lula, enfatizando ainda que “se você tem um desarranjo qualquer, você só tem que consertar.”

Eleições do Reino Unido e ata do BCE

De olho na Europa, o dia é marcado pelas eleições no Reino Unido. A expectativa é de uma vitória para o Partido Trabalhista. Segundo estrategistas, o partido provavelmente manterá a estabilidade política e fiscal. Caso vença, Keir Starmer, líder da legenda, substituirá o atual primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, no cargo.

Nas próximas horas, o foco estará na ata do Banco Central Europeu (BCE). Na última reunião, cortou os juros pela primeira vez desde 2019, em 25 pontos-base (bps, na sigla em inglês). A taxa de refinanciamento (a principal da região) recuou para 4,25%, enquanto a taxa sobre depósitos caiu para 3,75% e a taxa sobre empréstimos marginais passou para 4,50%. Apesar do movimento de queda, desde o corte, o BCE vêm sinalizando que não pretende reduzir as taxas de novo no próximo dia 18.

Balança comercial de junho

Na agenda dos indicadores, o destaque fica com a divulgação da balança comercial de junho às 15h. A Genial Investimentos estima que o número mensal venha em US$ 5.500 milhões, frente aos US$ 8.534 milhões anteriores. Já o total de importação de junho deve vir em US$ 22.538 milhões, ante os US$ 21.804 milhões de maio. Já o total de exportações de junho, a estimativa gira em torno de US$ 27.700 milhões, ante os US$ 30.338 milhões anteriores.

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