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Copom, balanços de varejistas e R$ 15,7 bi para o governo: os assuntos que movem o mercado

Últimas declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, instalaram uma certa incerteza no mercado, que agora aguarda um corte de 0,25 pontos percentuais

Radar: mercado acompanha decisão do Copom nesta quarta, 8 (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Radar: mercado acompanha decisão do Copom nesta quarta, 8 (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 8 de maio de 2024 às 08h34.

Os mercados internacionais operam majoritariamente em alta nesta quarta-feira, 8. Na Europa, todos os principais índices sobem na abertura da sessão, impactados por balanços positivos. Nos Estados Unidos, os índices futuros operam mistos, em reação a mais uma fala de um presidente local do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) que, na contramão dos anteriores, afirmou que o país precisará manter as taxas de juros onde estão por um “período prolongado”.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única, com as principais recuando em meio a preocupações com balanços corporativos e ajustes técnicos. Por aqui, o Ibovespa futuro sobe em dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).

Copom

Todo o foco do mercado hoje está voltado para o Copom. Desde agosto de 2023, o ritmo de corte da Selic, principal taxa básica de juros da economia brasileira, vem sendo de 0,50 p.p. (pontos percentuais). Entretanto, as últimas declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, instalaram uma certa incerteza no mercado.

Em meados de abril, o presidente foi claro em afirmar que as incertezas na economia do Brasil haviam aumentado. Segundo ele, a maior parte dessa incerteza, que afetou o preço dos ativos no Brasil, decorre da interpretação de que a queda de juros nos Estados Unidos deve ocorrer no fim do ano ou ficar para 2025. E, em menor parte, a piora do ambiente no Brasil decorre da mudança da meta fiscal. Por conta disso, agora, a maioria do mercado aguarda uma redução de 0,25 pontos percentuais.

Balanços

Agenda cheia na temporada de balanços. Após o fechamento da sessão, o mercado acompanha a divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2024 de: 3R Petroleum (RRRP3), Banco do Brasil (BBAS3), Braskem (BRKM5), Cogna (COGN3), Copel (CPLE6), Dexco (DXCO3), Eletrobras (ELET3), Energisa (ENGI11), Minerva (BEEF3) e MRV (MRVE3). Além desses, destaques para as varejistas, que reportam hoje, em peso, seus números: Arezzo (ARZZ3), Casas Bahia (BHIA3), Grupo Soma (SOMA3) e Lojas Renner (LREN3).

Antes da abertura, Ambev (ABEV3) já reportou seus resultados. A companhia registrou crescimento no Brasil no volume de vendas consolidado no setor de bebidas não alcoólicas (+6,5%) e de cerveja (+3,6%), o que agradou investidores. Às 6h20 (horário de Brasília), a ação da empresa avançava 5% em Bruxelas. O aumento nas vendas fez a receita líquida de bebidas não alcoólicas subir 14%, enquanto a de cerveja teve crescimento de 4,5%.

Entretanto, a Ambev registrou lucro líquido consolidado de R$ 3,804 bilhões no primeiro trimestre de 2024, queda de 0,4% em relação ao mesmo período de 2023. O lucro líquido ajustado, de R$ 3,817 bilhões, também mostrou um recuo de 0,6% ante o mesmo período de 2023. O Lucro por Ação (LPA) se manteve estável em R$ 0,24, assim como o LPA ajustado em R$ 0,23. A receita líquida consolidada foi de R$ 20,27 bilhões, queda de 1,2% frente os R$ 20,53 bilhões do 1T23.

Volta do DPVAT e liberação de R$ 15,7 bi para o governo

No radar político, está prevista para esta quarta a votação no plenário do Senado para o projeto de lei que volta o seguro obrigatório para veículos terrestres, conhecido como DPVAT. A proposta implica na mudança do nome do tributo para SPVAT e estabelece sua cobrança dos proprietários de carros novos e usados, destinando os recursos para o pagamento de indenizações por acidentes. A cobrança do DPVAT foi extinta durante o mandato de Jair Bolsonaro em 2019.

Ontem, terça-feira, 7, o projeto recebeu aprovação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, com 15 votos a favor e 11 contrários. Embora estivesse prevista para votação no plenário no dia seguinte, a matéria foi adiada devido à decisão do Senado de dar prioridade à votação exclusiva do decreto legislativo de calamidade pública do Rio Grande do Sul (PDL 236/2024).

Dentro do projeto, foi incluída uma emenda que modifica o arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso em 2023. Essa alteração permite que o governo adiante, do segundo para o primeiro bimestre de 2024, a autorização para o Executivo abrir crédito suplementar, conforme previsto na lei, em decorrência do aumento adicional da receita deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. Na prática, o texto permite o aumento de despesa em 2024 no montante em torno deR$ 15,4 bilhões.

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