Luciano Hang: presidente da Havan (Tommaso Rada/Bloomberg/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 10 de junho de 2021 às 14h48.
Última atualização em 10 de junho de 2021 às 15h24.
Em mais um passo para se tornar uma empresa de capital aberto, a varejista Havan lançou um site de relações com investidores (RI) e um vídeo destinado a investidores.
No ano passado, a Havan chegou a pedir à CVM a análise do pedido de oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), mas a operação acabou não vingando. Segundo a Exame In, a pouca presença digital e o preço pedido por ação estiveram entre os principais pontos que desagradaram investidores.
De lá para cá, a empresa conseguiu acelerar seu canal de vendas online, que cresceu 860% no primeiro trimestre contra o mesmo período do ano passado. Ainda assim, o faturamento obtido com o e-commerce, de 160 milhões de reais, é pequeno em relação ao faturamento total de 2,291 bilhões de reais no trimestre. Em varejistas mais digitalizadas, como a Magazine Luiza, o percentual da receita digital chega a superar o obtido com as lojas físicas.
Durante a pandemia, a Havan chegou a implementar em todas suas mais de 150 lojas a modalidade ship from store, que envolve a compra online para a retirada em loja física.
Apesar da situação ter ensejado mudanças na parte operacional, a companhia reforçou seu posicionamento político no vídeo divulgado no Youtube.
Além do presidente da Havan e apoiador declarado do governo federal, Luciano Hang, seus funcionários aparecem com o uniforme da empresa com a frase "O Brasil que queremos só depende de nós". Gravado em maio de 2021, quando o país enfrentava média de mortes de quase 2.000 pessoas pela covid-19, o vídeo também retrata a falta de medidas de contenção do vírus, com escritórios cheios, sem que os funcionários fizessem uso de máscaras.
No prospecto preliminar do IPO divulgado no ano passado, "publicações, notícias e comentários" sobre Hang já vinham sendo tratados como uma possibilidade de prejudicar a reputação e os negócios" da Havan. "Inclusive gerando manifestações em nossas lojas, além de poderem ocasionar o afastamento de seu diretor presidente, a perda de direitos de contratar com a administração pública, de receber incentivos ou benefícios fiscais ou quaisquer financiamentos e recursos dos órgãos e entidades governamentais", afirmava o prospecto.