Pietro Labriola, CEO da TIM (TIMS3) (Guglielmo Mangiapane/Reuters)
O CEO global da TIM (TIMS3), Pietro Labriola, comprou 1,77 milhão de ações da empresa em menos de um mês.
A informação foi divulgada pelo site da Bolsa de Valores de Milão, onde a TIM é listada.
Há meses Labriola vem repetindo que "TIM está subvalorizada" e que o mercado não dá o devido valor às suas atividades. Entretanto, já que a ação continua registrando novas mínimas históricas, o executivo passou das palavras aos atos, colocando a mão na carteira.
No dia 22 de agosto, o Labriola comprou 1 milhão de ações, ao preço de € 0,2084 cada uma, gastando € 208.400 totais. Três dias depois, Labriola comprou outras 500 mil ações ao preço de € 0,2082 cada uma, por um desembolso de € 104.100 no total. E na última segunda-feira, 19, Labriola comprou outras 270 mil ações, pagando € 0,182 cada uma, por um desembolso total de € 48.789.
Com essas operações, em menos de um mês o CEO da TIM investiu € 361.289 (cerca de R$ 1,9 milhão) do seu próprio patrimônio pessoal adquirindo mais de 1,77 milhão de ações da empresa que lidera, pagando um preço médio de € 0,204 cada uma. Um preço superior ao fechamento desta terça-feira, que foi de € 0,18.
O consenso médio dos analistas avalia a ação em € 0,40, mas alguns bancos de investimento, como o Baclays, chegam a um preço-alvo de € 0,15, apesar do papel já ter perdido 59% de seu valor na bolsa de valores desde o começo do ano.
Labriola adquiriu ações a um preço médio muito superior, mas o objetivo do executivo não é realizar um trade de sucesso, e sim dar um sinal ao mercado e aos seus funcionários que o projeto de "turnaround" da TIM está prosseguindo. E ele é o primeiro a acreditar nisso, colocando uma parcela considerável de seu patrimônio na própria empresa.
As ações da TIM estão desvalorizando na Bolsa de Valores de Milão. Desde o começo do ano os papéis perderam 60% de se valor.
Alguns bancos, como HSBC e Barclays, publicaram relatórios negativos sobre a TIM, indicando como o elevado endividamento, de cerca de € 22,5 bilhões, e o custo de energia mais elevado para manter suas operações (que em 2022 passou de € 60 milhões para € 260 milhões por ano), vão levar a empresa a fechar as contas no vermelho em 2022 e 2023. Segundo o Barclays, a TIM "vale zero", exceto por transações extraordinárias.
Isso sem contar as brigas internas aos acionistas de referência, com os franceses de Vivendi e o governo italiano, representado pelo banco público Cassa Depositi e Prestiti (CDP), que não se entendem sobre o futuro da TIM.