Invest

ByteDance, controladora do TikTok, registra aumento dos prejuízos mas mantém caixa elevado

A gigante tecnológica chinesa divulgou dados financeiros dos últimos dois anos em um email interno enviado para funcionários

ByteDance (Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)

ByteDance (Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)

A ByteDance, controladora do popular aplicativo TikTok, registrou uma alta em suas perdas operacionais, que mais que triplicarem no ano passado, chegando em mais de US$ 7 bilhões.

As informações foram divulgadas em um relatório enviado aos funcionários, já que a empresa sediada em Pequim tem seu capital fechado e, portanto, não é obrigada a publicar seus resultados. Os números apresentados pela ByteDance mostram os resultados de 2020 e 2021, bem como do primeiro trimestre de 2022, além de fornecer um quadro analítico sobre a saúde financeira da empresa e sobre os projetos futuros.

O documento mostra que a empresa está aumentando rapidamente suas receitas, acumulando uma grande quantidade de caixa e de investimentos em outros títulos. Todavia, com resultados sobrecarregados por dezenas de bilhões de dólares de prejuízos não realizadas em títulos conversíveis.

Por causa do tratamento contábil desses títulos, que devem ser colocados no balanço com a marcação a mercado deles, o prejuízo líquido da ByteDance aumentou mais de 87% no ano passado, chegando em US$ 84,9 bilhões.

Receitas e despesas da ByteDance em forte alta

Por outro lado, a receita da ByteDance cresceu quase 80%, chegando em US$ 61,7 bilhões em 2021. Um crescimento parecido com o nível das despesas, que também aumentaram. O custo de vendas da gigante chinesa chegou a US$ 27,4 bilhões em 2021, um aumento de 79% em relação ao ano anterior.

Entre os elementos que explicam esse resultado negativo estão US$ 14,6 bilhões em gastos com pesquisa e desenvolvimento, US$ 19,2 bilhões em despesas de vendas e marketing e US$ 75,6 bilhões em mudanças no valor de mercado em uma série de títulos conversíveis. No total, a alta foi de mais de 76% em relação a 2020.

Com isso, o prejuízo operacional da empresa em 2021 totalizou US$ 7,15 bilhões, acima dos US$ 2,14 bilhões registrados em 2020.

Nos primeiros três meses de 2022, a receita da ByteDance chegou em US$ 18,3 bilhões, alta de quase 54% em relação ao mesmo período do ano anterior. O prejuízo líquido no período foi de US$ 4,7 bilhões, queda de quase 84% em relação aos US$ 29,1 bilhões do prejuízo no período janeiro-março de 2021. Uma redução do resultado negativo que demonstra como a ByteDance está começando a controlar suas despesas.

Apesar dos gastos crescentes, a ByteDance conseguiu aumentar seu caixa e equivalentes de caixa, passando de US$ 34,1 bilhões no final de 2021 para US$ 42,6 bilhões no final de março deste ano. Seus ativos totais estavam em US$ 74 bilhões no dia 31 de março, acima dos US$ 64,3. bilhões registrados em dezembro.

ByteDance além do TikTok

A ByteDance é famosa por seu "carro-chefe", o TikTok, aplicativo cada vez mais popular entre os jovens. Entretanto, a empresa também executa outros apps utilizados por centenas de milhões de pessoas na China, incluindo os aplicativos de vídeos curtos Douyin e Jinri Toutiao, ou Today's Headlines.

Com o estrondoso sucesso do TikTok nos Estados Unidos, empresa cogitou abrir seu capital na Bolsa de Valores de Xangai. Entretanto, os planos foram suspensos, e no mês passado a própria ByteDance apresentou uma proposta de recompra de ações de investidores por um valor de US$ 300 bilhões. As ações da ByteDance já haviam sido negociadas perto de US$ 400 bilhões no mercado secundário.

Entretanto, os gastos elevados da ByteDance estão atraindo críticas de rivais, que acusam a empresa de utilizar valores gigantescos para adquirir usuários em massa no mundo todo.

Acompanhe tudo sobre:TikTok

Mais de Invest

Lucro do Itaú alcança R$ 10,6 bilhões no 3º trimestre e tem alta de 18,1%

O "grande risco" para o mercado em um eventual governo Trump, segundo Paulo Miguel, da Julius Baer

BC lança Pix por aproximação a partir da carteira digital do Google; veja como vai funcionar

Petrobras volta à carteira do BTG Pactual com foco em possível aumento de dividendos