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BofA prevê cenário favorável no mercado brasileiro, apesar de pessimismo com a Vale

O banco americano avalia que o Brasil será um dos principais beneficiados pela queda dos juros no exterior; a previsão é de que o Fed inicie o ciclo de cortes ainda neste mês

B3: BofA vê vento favorável no Brasil  (Eduardo Frazão/Exame)

B3: BofA vê vento favorável no Brasil (Eduardo Frazão/Exame)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 4 de setembro de 2024 às 17h11.

A atividade econômica aquecida no Brasil e os preços atrativos no mercado financeiro colocam o país como a principal aposta do Bank of America na América Latina. Na carteira recomendada pelo banco para investimentos na região, o Brasil ocupa uma posição de 67,5% — maior que sua representação de 65,2% no MSCI Latam, índice de referência para a carteira.

"Ainda mantemos uma posição overweight (acima do peso) no Brasil, pois gostamos de bancos, empresas alavancadas em taxas de juros e estamos otimistas com a força do consumo. Apesar da falta de compradores marginais, os fundamentos no país são relativamente sólidos. As avaliações continuam descontadas e as empresas domésticas seguem mostrando recuperação nos lucros", escreveu o banco americano em nota.

O BofA pontua que o Ibovespa passou por um rali em agosto, mas o bom momento foi freado pela alta das taxas de juros de longo prazo. O banco, no entanto, ainda acredita que o Brasil será um dos beneficiados por taxas de juros mais baixas no mundo.

Segundo o BofA, cenários de pouso suave na economia americana (como o previsto agora) foram historicamente positivos para o Brasil, embora fatores locais também tenham contribuído. "Em contraste, cenários de hard landing têm sido, na maioria das vezes, negativos para o Brasil, mesmo quando sua economia estava em expansão", afirma o banco.

O consenso no mercado é de que o soft landing será alcançado na economia americana, com a inflação arrefecendo sem provocar uma recessão. A projeção do mercado é de que o afrouxamento monetário seja iniciado pelo Federal Reserve a partir da decisão de 18 de setembro.

As escolhas do BofA

Na América Latina, a principal aposta dos analistas do BofA é a Petrobras, que ocupa 12,5% da carteira recomendada para a região. A proporção também é maior que a de 9,5% ocupada pela empresa no índice MSCI Latam. O preço-alvo do banco para a petrolífera é de R$ 47, ante o patamar atual de R$ 38,85.

Por outro lado, o banco está pessimista em relação à Vale. Na carteira para a região, a mineradora foi rebaixada para "underweight" (abaixo do peso)em relação ao índice, com 4% de peso na carteira do BofA, contra 5,5% no MSCI Latam.

A justificativa do banco para a redução da posição no portfólio é a perspectiva de uma atividade mais fraca na China.

"Após um notável crescimento no primeiro trimestre, a economia chinesa viu seu motor perder força. Nos últimos meses, os consumidores apertaram ainda mais os cintos, como evidenciado pelas fracas vendas no varejo e consumo de serviços. Enquanto isso, o crescimento geral dos investimentos diminuiu, à medida que o impacto da queda no setor imobiliário compensou a resiliência nos investimentos em manufatura e infraestrutura", afirma o BofA.

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