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BlackRock monta posição de 5% em Americanas (AMER3) à espera de Rial como CEO

Investidores aguardam choque de gestão com a chegada de novo presidente e novo CFO

Americanas: uma gigante do varejo, com vendas totais de R$ 40 bilhões de janeiro a setembro, na soma de lojas físicas e online (Leandro Fonseca/Exame)

Americanas: uma gigante do varejo, com vendas totais de R$ 40 bilhões de janeiro a setembro, na soma de lojas físicas e online (Leandro Fonseca/Exame)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 28 de dezembro de 2022 às 12h41.

Última atualização em 28 de dezembro de 2022 às 16h39.

A BlackRock, maior gestora de recursos independente do mundo e com pouco menos do que US$ 10 trilhões investidos, montou uma posição de 5% na Americanas (AMER3). A informação foi divulgada hoje no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A companhia é o resultado da união de Lojas Americanas e B2W, em combinação concretizada no fim de 2021, e é avaliada em R$ 8,7 bilhões na B3.

Em um pregão de alta do Índice Bovespa como o de hoje, as ações da empresa tinham valorização de quase 6%, há pouco, cotadas em R$ 9,70. A companhia, que somou vendas totais de R$ 40 bilhões em sua plataforma, entre janeiro e setembro, deve passar por um choque de gestão a partir de janeiro, com a chegada de Sérgio Rial como novo CEO. Foi assim por onde o executivo passou.

Antes mesmo de assumir oficialmente a posição, o que deve ocorrer no dia 2 de janeiro, o executivo, que já presidiu o Banco Santander Brasil e a Marfrig, além de atuar em diversos conselhos de administração, já está chacoalhando a companhia. Rial tem se dedicado a visitar lojas e ter contato com as equipes, tanto de atendimento e balcão quando a alta diretoria.

Há grande expectativa em torno de sua gestão por parte de analistas e investidores. No ano, a empresa perdeu cerca de 70% de seu valor de mercado e sofreu junto com o setor de consumo, em uma derrocada motivada pelo ambiente macroeconômico desafiador. O cenário também afetou fortemente o desempenho em bolsa de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), dona da Casas Bahia e Ponto Frio.

Nos últimos trimestres, o ponto de maior preocupação é o elevado consumo de capital de giro do negócio. A empresa sempre foi conhecida por fazer grande parte de seu resultado no quarto trimestre, na época de festas. Um dos desafios de Rial será melhorar a operação para que os resultados sejam melhor distribuídos ao longo do ano. Rial já chega acompanhado de um novo CFO, André Covre, ex-Ultrapar, que foi anunciado nesta semana.

Leia também: Americanas: junto com Rial, chega também novo CFO, ex-Ultrapar

O cenário de forte competição no comércio eletrônico, que colocou frente a frente negócios como Mercado Livre, Amazon, Magazine Luiza, Via e, mais recentemente, a chinesa Shopee, também tem sido um fator de pressão sobre os números — de todo o setor.

Durante a pandemia, a B2W, antes da incorporação pela Americanas, despertou grande atenção de investidores, por ser na época o único player genuinamente brasileiro e dedicado somente ao comércio eletrônico. O grupo foi pioneiro no segmento com o lançamento da Americanas.com e, em seguida, a fusão com Submarino. Entretanto, perdeu espaço com o desenvolvimento dos competidores.

Na onda do forte desempenho dos papéis naquele período, a Lojas Americanas, então controladora da B2W, captou quase R$ 8 bilhões em uma oferta primária de ações na B3 e, com os recursos, fez diversas aquisições, com destaque para o Hortifruti Natural da Terra (HNT) e para a rede de franquias Uni.co, dona das bandeiras Imaginarium e Puket. Rial chega ciente de que os investidores ainda não entenderam como todos esses negócios se conectam. Dentro do grupo, estão ainda a fintech Ame Digital e a Vem, dedicada a postos de combustíveis.

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