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BCE corta taxa de juros em 0,25 p.p. e revisa projeção de crescimento da Europa para baixo

Banco Central Europeu vê maior pressão na inflação de serviços e diz não se comprometer com novos cortes de juros; mercado espera por continuidade do ciclo

Christine Lagarde, presidente do BCE: Banco Central Europeu reduz estimativas de crescimento (Kirill KUDRYAVTSEV / AFP) (Photo by KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP/Getty Images)

Christine Lagarde, presidente do BCE: Banco Central Europeu reduz estimativas de crescimento (Kirill KUDRYAVTSEV / AFP) (Photo by KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP/Getty Images)

Publicado em 12 de setembro de 2024 às 10h39.

Última atualização em 12 de setembro de 2024 às 10h42.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira, 12, a redução de suas principais taxas de juros, com o objetivo de estimular a economia da zona do euro. A taxa de juros da facilidade permanente de depósito, usada pelo BCE para definir a orientação da política monetária, foi reduzida em 0,25 ponto percentual, para 3,5%.

  • Taxa de juro da facilidade permanente de depósito: Reduzida em 25 pontos base, passando para 3,50%.
  • Taxa de juro das operações principais de refinanciamento: Reduzida para 3,65%.
  • Taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez: Reduzida para 3,90%.

O corte de juros foi acompanhado por uma revisão pessimista das projeções de crescimento para a Europa, com uma queda de 0,1 ponto percentual nas estimativas. A expectativa de crescimento agora é de 0,8% em 2024, 1,3% em 2025 e 1,5% em 2026.

O BCE também projeta que a inflação deve ficar, em média, em 2,5% em 2024, 2,2% em 2025 e 1,9% em 2026. Para a inflação subjacente, que exclui os preços de energia e alimentos, as previsões são de 2,9% em 2024, 2,3% em 2025 e 2,0% em 2026. A inflação subjacente foi ligeiramente revisada para cima, impulsionada principalmente pela alta nos preços dos serviços.

Repercussão no mercado

Em comunicado, o BCE afirmou que não se compromete com novos cortes de juros, mas que a política monetária será ajustada conforme os dados econômicos. A expectativa do mercado é que novos cortes ocorram no futuro.

"Olhando para o futuro, esperamos que o BCE eventualmente acelere o ritmo dos cortes de juros no ano que vem. Não acreditamos que isso ocorra neste ano, pois as negociações salariais na Alemanha e as crescentes expectativas de alta nos preços ainda indicam uma rigidez na inflação", afirmam economistas do ING em relatório.

O corte de juros desta quinta-feira, já esperado pelo mercado, reativou o apetite por risco. Investidores agora preveem um aumento de liquidez nos próximos meses, à medida que o BCE continue a reduzir as taxas de juros e o Federal Reserve inicie um ciclo de cortes nos Estados Unidos.

As bolsas europeias operam em alta nesta quinta-feira, enquanto o euro se valoriza frente ao dólar após quatro dias de perdas. Em Nova York, as bolsas abriram sem uma direção clara, com os investidores atentos aos dados de inflação ao produtor e à próxima decisão do Fed.

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