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Aumento de viagens que misturam lazer e trabalho anima setor aéreo

O crescimento das chamadas viagens “bleisure” — termo que une as palavras business (negócios) e leisure (lazer) — ajudou a preencher assentos em aviões durante a pandemia de coronavírus

A redução nas viagens de negócios tradicionais durante a pandemia prejudicou o resultado das companhias aéreas, que contam com clientes corporativos como uma fonte de lucro importante (Pogonici/Thinkstock/Thinkstock)

A redução nas viagens de negócios tradicionais durante a pandemia prejudicou o resultado das companhias aéreas, que contam com clientes corporativos como uma fonte de lucro importante (Pogonici/Thinkstock/Thinkstock)

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Bloomberg

Publicado em 24 de janeiro de 2022 às 18h37.

Última atualização em 24 de janeiro de 2022 às 18h44.

Por Mary Schlangenstein

É uma questão antiga: “negócios ou diversão?” Para os passageiros das companhias aéreas de hoje em dia, a resposta cada vez mais é: “ambos”.

O crescimento das chamadas viagens “bleisure” — termo que une as palavras business ("negócios") e leisure ("lazer") —, que misturam escapadas pessoais com trabalho remoto, ajudou a preencher assentos em aviões durante a pandemia de coronavírus e marca uma mudança nos padrões de viagem em um setor polarizado entre trabalhadores viajantes com pastas e turistas bronzeados.

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Essas excursões estão aumentando, pois a disseminação da variante ômicron atrasou o retorno aos escritórios, especialmente entre os grandes empregadores. A parcela de viagens de negócios que incluem um fim de semana aumentou 23 pontos percentuais, atingindo 38%, desde 2019, segundo a gestora de viagens corporativas TripActions Inc.

“Muitos de nossos clientes, que historicamente chamamos de viajantes a lazer, na verdade estão voando por motivos que vão além das férias”, disse o presidente da American Airlines Group, Robert Isom, em uma teleconferência na quinta-feira.

“Eles podem viajar para uma praia ou um destino de montanha, mas na verdade vão trabalhar remotamente durante a semana”, disse. As fronteiras entre lazer e viagens de negócios estão definitivamente borradas.

Em resposta à crescente demanda, a TripActions adicionou uma plataforma dedicada de reservas de viagens pessoais em 2020. Ela teve um crescimento médio mensal de 22% no ano passado, disse Kelly Soderlund, diretora sênior de comunicações da TripActions.

A queda nas viagens de negócios tradicionais durante a pandemia prejudicou o resultado final das operadoras que contam com clientes corporativos como uma fonte de lucro importante. A ausência deles foi sentida mais profundamente nas rotas internacionais, bem como nos principais trechos de viagens pelos EUA, como Nova York a Los Angeles. As reservas normais de viagens de negócios estão 66% abaixo dos níveis pré-pandemia, aponta o grupo setorial Airlines for America.

Mas o boom de bleisure — um termo nem todo mundo ama — ajudou a compensar parte desse tráfego perdido. A American diz que as viagens combinadas, geralmente, são reservadas de última hora e têm uma tarifa maior. A companhia aérea também economiza com marketing e descobriu que as pessoas que fazem essas excursões tendem a desembolsar dinheiro para serviços de maior qualidade.

Potencial de alta "significativo"

A United Airlines está gerando uma receita recorde com a venda de assentos premium para clientes de lazer, afirmou o diretor comercial da empresa, Andrew Nocella, em uma teleconferência na quinta-feira. A tendência “representa uma quantidade significativa de potencial de ganho” para os planos de receita da operadora, disse ele.

Mesmo que as grandes empresas continuem cautelosas em relação às viagens a trabalho, as viagens domésticas feitas por funcionários de pequenas e médias empresas se recuperaram com força — e agora, a maioria delas inclui mais tempo para lazer.

“À medida que passamos pela pandemia, os clientes têm muito mais flexibilidade com seu tempo”, disse Raja.

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