Bolsa: Em vinte anos, Ibovespa teve alta de quase 1.000% (Jesada Wongsa/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 11 de setembro de 2021 às 08h28.
Última atualização em 11 de setembro de 2021 às 08h42.
Neste sábado, 11, fazem vinte anos desde o atentado contra as Torres Gêmeas, que provocou pânico no mundo todo e balançou o mercado financeiro. Naquele dia, o Ibovespa despencou 9,18%. Embora a tragédia siga presente na lembrança, mas seu efeito no fundamento das empresas foi passageiro.
Quem aproveitou o momento para aumentar posição em ações - especialmente de empresas promissoras - e teve paciência para aguentar os solavancos do longo prazo ganhou muito dinheiro. Nesses vinte anos, o Ibovespa subiu 970%, enquanto algumas ações chegaram a superar 50.000% de alta no período.
Ou seja, um investimento de 2.000 reais há duas décadas poderia estar valendo 1 milhão de reais hoje - sem a necessidade de aportes adicionais.
De acordo com levantamento da Comdinheiro, nesse período, ações de duas empresas passaram de 50.000% de valorização e de cinco superaram 30.000%. Entre as maiores altas, somente uma delas está presente no Ibovespa: a Alpargatas (ALPA4). Nesses vinte anos, as ações do grupo, que tem a havaianas como sua principal marca, dispararam cerca de 36.370%.
“É uma empresa sólida e muito bem administrada. Uma alta de 50% ou 100% em um ano pode saltar aos olhos, mas companhias que conseguem permanecer por um longo tempo apresentando resultados acabam sendo premiadas de maneira distintas das oscilações de curto prazo”, afirma Felipe Ferreira, presidente da Comdinheiro.
Apesar de todo o sucesso da Alpargatas, as maiores altas dos últimos vinte anos ficaram com ações não tão conhecidas pela maioria dos investidores. Holding do transporte hidroviário, a Trevisa (LUXM4) foi a empresa que mais se valorizou, subindo cerca de 52.487%.
Outra holding, a Habitasul (HBTS5), com participação na Irani (RANI3) e atuação no ramo imobiliário, foi a segunda companhia com maior apreciação, de 51.449% no período.
Energisa Mato Grosso (ENMT3), WLM (WLMM3), Monteiro Aranha (MOAR3), Schulz (SHUL3), Ferbasa (FESA4), Transmissão Paulista (TRPL3) e Sondotécnica (SOND6) fecham as maiores altas das últimas duas décadas.
“São empresas que poderiam passar despercebidas pelos investidores. Muitas dessas são mais voltadas para a indústria de base, com um histórico de produção mais antigo e que são perenes”, diz Ferreira.