A fabricante de calçados Grendene (GRND3) apresentou a maior alta entre as participantes do Índice Small Cap em março, com alta de 17,18%. Mais que isso, segundo a Bloomberg, as ações da Grendene acumulam a maior alta do setor em todo o mundo. A demanda pelos produtos resiste ao desaquecimento da economia brasileira e impulsiona as ações. A analista Sandra Peres, da Coinvalores, estima que a Grendene deve apresentar crescimento médio composto no faturamento, entre 2013 e 2017, de 10% ao ano. No entanto, ela faz a ressalva de que boa parte desse contexto positivo já está precificado nos papéis da empresa.
A Suzano (SUZB5) ficou com a segunda maior alta do mês, com 16,54%. A alta foi impulsionada pelo resultado apresentado em 12 de março. A empresa registrou lucro líquido de 33,984 milhões de reais no quarto trimestre de 2012 - queda de 83,7% em relação ao lucro de 208,090 milhões de reais reportado no último trimestre do ano anterior. Concomitantemente ao resultado, foi anunciada a suspensão de dois projetos reforçando o foco nas operações atuais e na conclusão da planta do Maranhão, que entra em operação no final desse ano. Na opinião do analista da Coinvalores, Felipe Martins Silveira, essa decisão merece mais atenção que os resultados, pois vendo seu endividamento subir no quarto trimestre, a empresa decidiu vender ativos não estratégicos e adiar projetos para reduzir sua alavancagem.
A incorporadora Helbor (HBOR3) acumulou alta de 16,38%. A valorização foi impulsionada pelo bom resultado trimestral apresentado em 19 de março. A empresa registrou lucro líquido de 67,9 milhões de reais no quarto trimestre de 2012 – crescimento de 20,8% em relação ao mesmo período de 2011. No ano, o lucro líquido foi de 271,1 milhões, com crescimento de 27,5% em relação a 2011. No setor de construtoras, a Helbor é a ação destaque na bolsa. Além de ser a terceira maior alta entre no índice Small Cap, a incorporadora foi também a maior alta do Índice Imobiliário (IMOB) em março. Chama a atenção ainda o fato de além da Helbor, apenas a Multiplan apresentar valorização – 3,19% - no índice neste mês.
A Coelce (COCE5) encerra o mês com alta de 16,28%. Os resultados, divulgados nesta quarta-feira, animam os investidores. A empresa somou um lucro líquido de 138 milhões de reais nos últimos três meses do ano passado, 2,5% superior ao quarto trimestre de 2011. Isso se refletiu em uma margem líquida de 18,02%. No ano, o lucro líquido teve queda de 10,9%, para 420 milhões de reais. Na opinião de Oswaldo Telles, analista do Espirito Santo Investment Bank, o Ebitda de 116,9 milhões de reais veio 10% abaixo do esperado, mas o lucro de 138 milhões foi 141% maior do que o analista projetava.
As ações da Tereos (TERI3) fecharam o mês com alta de 13,17%. No resultado divulgado em 14 de fevereiro, a empresa apresentou receita líquida de 1,96 bilhão de reais no terceiro trimestre fiscal - crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido caiu 81,9% e ficou em 14 milhões de reais. A empresa é uma das beneficiadas pelo aumento do percentual de álcool na gasolina anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em 30 de janeiro. A partir de 1º de maio, o percentual de álcool passa dos atuais 20% para 25%.
Frequentemente vista entre as maiores quedas da semana, a MRV (MRVE3) ficou com o terceiro lugar em desvalorização no mês de março, com -33,94%. Os resultados do quarto trimestre de 2012, divulgados em 14 de março, decepcionaram os investidores. De outubro a dezembro, a companhia mineira teve lucro líquido de 115 milhões de reais, queda de 44,9% sobre o resultado um ano antes. No fechado de 2012, o lucro recuou 30,6 por cento, a 528 milhões de reais.
Os fracos resultados do quarto trimestre levaram as ações da MMX (MMXM3) a uma queda de 33,83% no mês de março. A receita líquida recuou 44% em relação ao mesmo período do ano anterior, o Ebitda ficou em -17 milhões de reais e o lucro líquido em -349 milhões de reais. De acordo com o analista Jonathan Brandt, do HSBC, os resultados foram afetados pelo fraco desempenho operacional e pela baixa de 224 milhões de reais da operação descontinuada no Chile. O analista destaca ainda que a percepção dos investidores sobre a mineradora de Eike Batista foi mais impactada pela continua rotatividade da administração, alta alavancagem e uma oferta de direitos no valor de 1,2 bilhão de reais.
A desvalorização de 20,49% da Anhanguera (AEDU3) se explica pelos resultados trimestrais abaixo da expectativa e dos resultados dos pares. De acordo com os analistas do HSBC, a empresa enfrentou grande volatilidade nas matrículas do ensino à distância, devido à queda do desempenho nos programas de cursos livres no quarto trimestre. Por outro lado, a lucratividade do campus adquirido melhorou e ajudou a registrar um Ebitda de 321,2 milhões de reais em 2012, abaixo das estimativas do HSBC e do consenso. Esta semana os analistas do HSBC revisaram as estimativas para o setor de educação na Bovespa em 2013. Enquanto suas concorrentes Kroton e Estácio tiveram seus preços-alvo e recomendações elevados, a Anhanguera teve seu preço-alvo mantido em 37 reais e a classificação continuou em neutra.
A Brookfield (BISA3) amarga a quinta maior queda do mês de março, com 20,32%. Os resultados do quarto trimestre abaixo do esperado são os responsáveis pela desvalorização. A Brookfield reportou um prejuízo de 40 milhões de reais no trimestre. De acordo com os analistas Paola Mello e Dan McGoey, analista da Citi Corretora, os resultados foram negativamente afetados por cancelamentos de projetos com margem baixa, revisão de custos dos estoques e provisão para perda em uma disputa judicial sobre o pagamento de IOF.O Ebitda foi de apenas 38 milhões de reais (-30% em relação ao mesmo período do ano passado) e ficou muito abaixo da projeção da corretora e do consenso do mercado. A corretora cortou o preço-alvo às ações de 3,30 reais para 3 reais. A recomendação é de compra.
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