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Anglo American rejeita pedido da BHP para estender prazo de proposta

Agora, a BHP terá que desistir do negócio ou esperar seis meses para fazer outra tentativa

Em pouco mais de um mês, a Anglo rejeitou três ofertas da BHP  (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Em pouco mais de um mês, a Anglo rejeitou três ofertas da BHP (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 29 de maio de 2024 às 08h19.

A Anglo American rejeitou nesta quarta-feira, 29, o pedido da BHP para estender o prazo para analisar a proposta de US$ 49 bilhões que a rival fez por suas operações, praticamente encerrando as conversas que já duravam cinco semanas e que foram marcadas por troca de farpas.

A Anglo deu uma semana, contando a partir do último dia 22 (ou seja, com o prazo se encerrando nesta quarta), para enviar uma nova proposta de compra após rejeitar três ofertas anteriores.

Em comunicado à Bolsa de Valores australiana, a BHP disse que estava pronta para oferecer uma taxa de rescisão à Anglo se o negócio fosse bloqueado por razões antitruste ou não conseguisse aprovação regulatória

Agora, a BHP terá que desistir do negócio ou esperar seis meses para fazer outra tentativa – a menos que surja um concorrente rival.

A Anglo foi fundada em Joanesburgo em 1917 e emprega mais de 40 mil sul-africanos. Qualquer negociação de peso, como esta, poderia significar incertezas para uma economia que enfrenta um desemprego gigante (32,9%, segundo dados oficiais do primeiro trimestre), especialmente à medida que a demanda por platina caiu pelo mundo.. O país concentra 80% da produção global do metal.

Nesse cenário, a África do Sul tem eleições nesta quarta. As pesquisas apontam que o Congresso Nacional Africano poderá perder a sua maioria após 30 anos no poder.

Os analistas do JP Morgan estimaram que uma aquisição da Anglo pela BHP poderia levar a saídas de US$ 4,3 bilhões da África do Sul e enfraquecer o rand, sua moeda.

Proposta controversa

O CEO da BHP, Mike Henry, se manteve firme na forma e no valor da sua mais recente proposta de aquisição da rival, concentrando-se em dissipar as preocupações em torno do risco de execução.

Esse risco inclui disposições de empoderamento dos negros na África do Sul, com garantias em torno da segurança do emprego para os trabalhadores.

Também houve controvérsia sobre se há compradores suficientes para a participação de 69,7% da Anglo na Kumba Iron Ore e a participação de 78,6% na mineradora de platina Amplats, segundo fontes ouvidas pela Reuters.

Ofertas anteriores

Em 25 de abril, a companhia listada em Londres recebeu uma proposta de US$ 39 bilhões. Na ocasião, a Anglo classificou a oferta como "oportunista" e que diluiria o valor de seus acionistas em relação aos da BHP. 

Semanas depois, a Anglo rejeitou nova proposta, dessa vez de US$ 42,6 bilhões. Na ocasião, a companhia disse que "continuava sendo desvalorizada" pela maior mineradora do mundo.

A nova oferta, feita em 7 de maio, foi 10% maior do que a primeira, ou um aumento de 15% na relação de troca de ações para elevar a participação agregada dos acionistas da Anglo American no futuro grupo de 14,8% para 16,6%.

"Ficamos muito desapontados que a segunda proposta foi rejeitada", disse o CEO da BHP, Mike Henry, em comunicado. A união das duas criaria a maior mineradora do mundo, controlando 10% desse mercado no mundo.

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