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Ambev surpreende em resultado do 3º tri e dispara até 10% na B3

Volume de vendas de cerveja no Brasil tem patamar recorde, apesar de cenário adverso; analistas do BTG Pactual e do Credit Suisse elogiam resultado

Linha de produção em fábrica da Ambev | Foto: Ambev/Divulgação (Ambev/Divulgação)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 28 de outubro de 2021 às 09h36.

Última atualização em 28 de outubro de 2021 às 16h09.

As ações da Ambev (ABEV3)chegam a subir 10% na manhã desta quinta-feira, 28, após seu resultado do terceiro trimestre voltar a superar as estimativas do mercado. Por volta das 14h45, a alta estava em 8,80%.

Em balanço divulgado nesta manhã, antes da abertura do mercado, a empresa apresentou lucro líquido de 3,753 bilhões de reais, 50,4% acima do mesmo período do ano passado, enquanto o seu Ebtida (geração de caixa operacional) ajustado ficou em 5,469 bilhões de reais, acima do consenso de mercado coletado pela Bloomberg, de 4,92 bilhões de reais.

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O desempenho, segundo a Ambev, foi impulsionado pelo aumento de 20,8% em sua receita líquida, para 18,493 bilhões de reais. "A receita líquida continua impulsionando o nosso desempenho de Ebitda, que permanece sob pressão das commodities e do câmbio, e maiores despesas com vendas, gerais e administrativas, que, por sua vez, é impactado por provisões de remuneração variável mais elevadas", afirma a empresa em balanço.

Apesar das pressões externas sobre os custos, o resultado foi elogiado pelo mercado. Em relatório sobre o balanço, analistas do BTG Pactual (BPAC11) classificaram o resultado como "excepcional", enquanto analistas do Credit Suisse escreveram a frase de Mark Twain em sua análise, "eles não sabiam que era impossível, então fizeram".

Um dos pontos ressaltados pelos analistas foi o volume de vendas de cervejas no Brasil, que cresceu 7,5% em comparação ao mesmo período do ano passado. O volume foi recorde em 12 meses, em 180 hectolitros.

Para o BTG, que esperava uma queda de volume de 5,7%, o feito foi "impressionante". "Enquantoa Heineken relatou queda de volume e os engarrafadores lutam com a transição do contrato de distribuição, a Ambev claramente conseguiu abocanhar boa parte dessa participação, principalmente em suas marcas principais", afirmam em relatório.

A inovação também vem se mostrando um ponto forte da companhia conhecida por marcas tradicionais como Brahma e Skol, representando 20% da receita. "Inovação, obviamente, tem um papel importante, fomentando estados de necessidade de cerveja e ocasiões de consumo", comentaram analistas do BTG.

Segundo a Ambev, a estratégia de parceiros BEES já alcançou mais de 85% dos clientes ativos, viabilizando o crescimento do número de vendas e a melhor classificação de satisfação do cliente de todos os tempos.

De julho a setembro, a plataforma Zé Delivery atendeu mais de 15 milhões de pedidos, com estabilidade em relação ao trimestre anterior, mas com tendência de crescimento ao longo do período. "Assumindo que iniciativas comerciais como o BEES e o Zé sejam tão promissoras quanto parecem, a Ambev pode sair dessa mais forte do que antes", diz o BTG.

Apesar do resultado positivo e acima das expectativas, analistas do Credit Suisse e do BTG ainda veem com cautela os próximos passos da companhia, principalmente quanto à capacidade da companhia de angariar margens maiores. No Brasil, a margem Ebitda da companhia recuou para 26,1% em relação aos 33,2% do terceiro trimestre de 2020.

Com recomendação neutra para os papéis, analistas do BTG questionam se a "Ambev pode reacender o poder de precificação e recuperar as margens de modo que permita que o desempenho de primeira linha flua para os resultados financeiros".

Já o Credit Suisse vê um upside de 21% para as ações da companhia, mas antes de uma recomendação mais incisiva espera "saber na teleconferência de hoje se houve algum sinal de incompatibilidade entre a dinâmica de sell-in e sell-out no fim do trimestre, após o segundo anúncio de aumento do preço da cerveja no Brasil em meados de setembro".

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