Ações da empresa chegaram a subir 4,8% na máxima do dia após balanço positivo, mas viraram para queda (Aluísio Alves/Reuters)
Beatriz Quesada
Publicado em 27 de julho de 2021 às 16h52.
Última atualização em 27 de julho de 2021 às 16h54.
A TIM (TIMS3) surpreendeu positivamente os investidores com seu balanço do segundo trimestre de 2021, divulgado na noite de ontem. No período, a empresa teve lucro líquido de 681 milhões de reais, superando em mais de 100% as estimativas de 334,6 milhões de reais de lucro. Sua receita líquida ficou em 4,41 bilhões de reais, próximo dos 4,35 bilhões de reais esperados.
Com o resultado, as ações da empresa chegaram a subir 4,8% na máxima do dia, a 12,10 reais. Os papéis, no entanto, perderam força com o cenário negativo na bolsa, e operam em queda de 1,04% por volta das 16h40.
Analistas, no entanto, apontam que o papel ainda pode subir 75% nos próximos 12 meses. Relatórios dos bancos BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame), do Credit Suisse e do Goldman Sachs recomendam comprar a ação, a um preço-alvo de 20 reais. Comparado à negociação de hoje, o preço pressupõe um potencial de valorização (upside) de 75%.
Entre os motivos para a recomendação estão o forte resultado do 2º trimestre, que se soma ao descontado valuation da companhia em relação às concorrentes. O múltiplo EV/Ebitda -- que mostra a relação entre o valor da empresa e geração de caixa -- está em 4,4x na avaliação do Credit Suisse e em 3,8x na visão do BTG, enquanto os concorrentes internacionais alcançam um múltiplo superior de 6,6x.
Outro ponto de atenção é a aquisição de ativos da concorrente Oi (OIBR3, OIBR4), que podem agregar valor para os papéis da TIM. “Estimamos que as sinergias entre os negócios gerem um valor de 3,5 reais por ação, o que aumenta nosso preço-alvo de 16,5 reais para 20 reais”, afirmam os analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, do BTG, em relatório.
Os analistas Diego Aragão, Vitor Tomita e João Dutra também destacam que as operações de fusões e aquisições (M&A) no mercado de telecomunicações fizeram parte da composição do preço-alvo para as ações da TIM, em uma referência indireta à negociação com a Oi.
Em dezembro do ano passado, o trio de telecoms formado por TIM, Telefônica Brasil (Vivo) e Claro venceu leilão para compra dos ativos de operações de telefonia móvel da Oi por 16,5 bilhões de reais.
Na última sexta-feira, 23, a superintendência-geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) afirmou que a operação era "complexa", o que gerou temores no mercado de que a compra não fosse aprovada pelo órgão antitruste.
No entanto, executivos da TIM procuraram transmitir hoje confiança de que a aquisição de ativos será aprovada pelas autoridades.
"Temos muita confiança que vai ser aprovada [a compra dos ativos móveis da Oi] até o final do ano", disse o presidente-executivo da TIM, Pietro Labriola, em teleconferência sobre os resultados da operadora do segundo trimestre. Após a fala, as ações da Oi passaram a subir em torno de 4,5%.
*Com a Reuters